Durante uma entrevista ao vivo para a CNN Brasil, na noite de terça-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se exaltou ao comentar o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe de Estado.

Ao ser questionado sobre o caso, Bolsonaro reagiu com xingamentos e negou qualquer articulação golpista. “Agora querem me prender por tentativa de golpe. Que golpe, p*rra? Que golpe é esse? Sem tropa, sem arma, sem Forças Armadas, sem nada”, declarou, visivelmente irritado.

O apresentador Leandro Magalhães tentou conter o ex-presidente em diversos momentos, mas Bolsonaro seguiu criticando as prisões feitas após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. “Com coitados na rua, uma senhora idosa presa, 17 anos de cadeia! Uma covardia. E agora querem justificar minha prisão?”, gritou.

Ao fim da participação, o âncora agradeceu a entrevista e Bolsonaro respondeu com um pedido de desculpas pelo tom usado: “Ok, desculpas”.

Entenda o pedido de prisão contra Bolsonaro

A PGR entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (14), as alegações finais que apontam Jair Bolsonaro como figura central em uma suposta tentativa de ruptura democrática. O documento tem 517 páginas e classifica o ex-presidente como o “principal articulador” de um plano para invalidar o resultado das eleições de 2022.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro liderava o chamado “núcleo duro” da organização que buscava implantar um golpe de Estado. Também foram denunciados nomes próximos ao ex-presidente, como:

  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

As acusações incluem:

  • Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito (pena: 4 a 8 anos)
  • Golpe de Estado (pena: 4 a 12 anos)
  • Organização criminosa armada (pena: até 17 anos com agravantes)
  • Dano qualificado ao patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Os réus ainda terão a oportunidade de apresentar suas defesas. Todos negam envolvimento em atos golpistas.

(*) Com informações do Terra

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