O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de contas bancárias, chave Pix, bens móveis e imóveis do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A medida inclui ainda o bloqueio do salário parlamentar do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo apurações da Polícia Federal (PF), o objetivo da decisão é dificultar as movimentações financeiras de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele se encontra atualmente. A investigação aponta que o parlamentar teria atuado, ao lado do pai, em uma tentativa de influenciar o então presidente Donald Trump a adotar sanções contra o Brasil.
Em resposta à decisão, Eduardo ironizou:
“Alexandre de Moraes acabou de bloquear minhas contas bancárias, mas obviamente em nome da democracia”, afirmou, durante participação em um podcast.
Após conseguir a imposição de medidas restritivas contra Jair Bolsonaro — como o uso de tornozeleira eletrônica — os investigadores optaram por ações de natureza patrimonial contra Eduardo, considerando sua presença no exterior e a baixa eficácia de eventuais pedidos de prisão.
Casos recentes mostraram que ordens de prisão expedidas pelo STF contra brasileiros nos EUA não resultaram em extradições. Diante disso, o bloqueio de bens foi considerado mais efetivo para frear sua atuação política internacional.
As autoridades investigam ainda a transferência de R$ 2 milhões de Jair Bolsonaro para Eduardo, valor que teria sido destinado a custear a estadia prolongada do deputado em território norte-americano.
Na última sexta-feira (18), Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação de busca e apreensão da PF. A suspeita é de que pai e filho tenham agido de forma coordenada para estimular ações de Donald Trump contra o governo brasileiro — culminando, segundo os investigadores, na tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros pelo ex-presidente norte-americano.
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