Jiang, um idoso chinês de 75 anos, desenvolveu um forte apego emocional a uma inteligência artificial com aparência e comportamento femininos — a ponto de desejar se separar da esposa para viver essa “relação”.
Segundo o portal Beijing Daily, Jiang passava horas interagindo com o chatbot, aguardando ansiosamente por mensagens automáticas que o tratavam com carinho, chamando-o de “irmão” e elogiando sua atenção. Mesmo com a fala robótica e os gestos mecânicos da IA, ele estava completamente envolvido emocionalmente.
O vício no contato com a inteligência artificial fez com que o idoso permanecesse longos períodos grudado no celular, esperando respostas pré-programadas. A situação chamou a atenção da esposa, que decidiu confrontá-lo. Foi então que Jiang revelou sua vontade de se divorciar para dedicar-se totalmente à “companheira virtual”. O choque familiar foi imediato, e os filhos precisaram intervir. Com calma, explicaram ao pai que a IA não era uma pessoa real — e conseguiram fazê-lo repensar sua decisão.
Após algum tempo, Jiang recuperou a noção da realidade. No entanto, durante um período, sua dedicação à inteligência artificial foi tão intensa quanto a um relacionamento verdadeiro.
Casos semelhantes no Ocidente
Esse tipo de envolvimento com inteligências artificiais não é exclusivo da China. No Ocidente, episódios parecidos vêm ganhando espaço em fóruns como o Reddit.
Em um relato publicado em 1º de agosto, uma mulher contou que descobriu no celular do marido vários aplicativos de bate-papo com personagens femininas em estilo anime, baseadas em IA. Ela imaginava que seriam interações simples, mas acabou encontrando conversas emocionais profundas. Segundo a usuária, o marido começou a se afastar, inclusive em momentos planejados a dois, como uma ida para pescar.
Diante da situação, ela confessou estar considerando o divórcio e descreveu a experiência como uma forma de infidelidade: “É como se ele estivesse a um passo de trair com uma mulher real”.
Nos comentários, a história gerou um intenso debate. Leitores se dividiram entre opiniões de que se tratava, sim, de uma traição emocional, e outros sugerindo que o comportamento do homem revelava um vazio emocional que exigiria ajuda profissional.
(*) Com informações do Metrópoles
