Em entrevista ao Fantástico, exibida no último domingo (7), Bruno Mello de Freitas, pai de Benício Xavier, de 6 anos, relembrou os últimos momentos ao lado do filho. A criança morreu no dia 23 após receber uma dose incorreta de adrenalina no Hospital Santa Júlia, em Manaus.
As imagens exibidas no programa mostram a família de Benício chegando ao hospital, com a criança caminhando pelos corredores da unidade. Após a consulta com a pediatra Juliana Brasil, eles se dirigiram à área de medicação, onde foram atendidos pela técnica de enfermagem Raíza Bentes.
Durante a aplicação intravenosa de adrenalina, Benício começou a apresentar mal-estar. A médica foi acionada para prestar suporte, e a criança foi encaminhada à sala vermelha para monitoramento. Com o agravamento do quadro, o menino foi levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), acompanhado pelo pai.
Agravamento da saúde de Benício
Segundo o pai de Benício, ao ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o menino estava lúcido. Ele jantou e pediu água com frequência.
“Ele me vê e toda vez que tosse ele pede: ‘pai, eu quero água’. Ele vai e dá só um golinho.”
Minutos depois, a criança começou a ficar ofegante. Bruno conta que o filho estava sonolento e se mexia muito. A orientação da equipe médica, segundo ele, foi de que era preciso melhorar a oxigenação para evitar a intubação.
“Eu falava com ele internamente: ‘Bora, filho. Bora. Melhora essa oxigenação’. Eu rezava muito, muito, ajoelhado do lado da maca e, infelizmente, essa oxigenação não chegava.”
Sem apresentar melhora, pouco antes da meia-noite, Benício passou pela primeira das três tentativas de intubação.
“Ai, a partir desse momento, começa um entra e sai (de pessoas na UTI)”, relembra Bruno.
Durante o procedimento, a criança sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total, três delas testemunhadas pelo pai dentro da UTI.
“Eu tocava muito nele, apertava muito o pé dele. Eu gritava muito naquele leito. Gritava: ‘volta Benício, volta e fica com a gente, você tem força’. E eu rezava, era a única coisa ali como pai,” relembra emocionado.
Bruno lembra que a sexta e última parada cardíaca foi a mais demorada. Diante dos esforços da equipe médica, e tomado pelo desespero, ele se ofereceu para ajudar.
“Nessa última, no momento que a médica estava fazendo a oxigenação, eu recordo que eu vou lá com ela e digo: ‘você quer que eu ajude? Você quer que eu faça?’ Porque eu percebo que cansa, então ela disse: ‘não, pode deixar’.”
Benício morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. A médica e a técnica de enfermagem foram afastadas de suas funções no Hospital Santa Júlia, e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas.
Pai de Benício relembra últimos momentos ao lado do filho pic.twitter.com/lZWK6X6zsF
— Portal Em Tempo (@portalemtempo) December 8, 2025
Leia mais: Defesa de médica diz que Benício morreu por broncoaspiração na UTI de hospital em Manaus
