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Aniversário

“Princesinha do Solimões”: Manacapuru celebra 90 anos de história

A comemoração dos 90 anos é motivo de orgulho para os moradores da "Terra das Cirandas"

Manacapuru (AM) – Originada a partir de uma aldeia de índios Muras, o município de Manacapuru (distante 98 quilômetros de Manaus) completa 90 anos neste sábado (16), o que é motivo de orgulho para os moradores locais. Conhecida popularmente como a “Princesinha do Solimões”, a cidade é fonte de atividades voltadas aos setores primários, secundários, terciários, além de proporcionar as melhores paisagens para quem deseja ter uma conexão maior com o meio ambiente.

O município possui uma superfície de 7.330 km², limita-se com municípios de: Novo Airão, Iranduba, Manaquiri, Beruri, Anamã e Caapiranga. Manacapuru é uma palavra de origem indígena derivada das expressões Manacá e Puru. Manacá (Brunfelsia hospeana) é uma planta brasileira das dicotiledôneas, da família solanaceae que significa, em tupi, Flor. Puru, da mesma origem, quer dizer enfeitado, matizado. Em função disso, Manacapuru na língua indígena tupi quer dizer “Flor Matizada”.

Manacapuru é destaque no Estado do Amazonas como o primeiro município a ter em sua área um Sistema Municipal de Unidade de Conservação, com destaque para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha, além da a Área de Proteção Ambiental do Miriti e os Lagos de Manutenção do Paru e Calado.

A “Princesinha do Solimões” proporciona um refúgio agradável à população local, bem como para milhares de turistas que a visitam durante os 365 dias do ano, em função de seus atrativos culturais como o Festival de Cirandas, hoje conhecida nacionalmente, as festas de Santo Antônio, do Bodó, da Juta, o Balneário do Miriti, Paraíso D’Ângelo, Evanstour, Mundo Amazônico, Orla do Miriti, a Reserva do Piranha com seu projeto de Ecoturismo, pioneiro no desenvolvimento sustentável, são outras atrações que proporcionam uma paisagem de rara beleza.

Manacapuru celebra 90 anos de história Foto: divulgação

“Ser nascido e criado nesse lugar foi um privilégio”, é o que diz o estetacosmetólogo e maquiador Eduardo do Carmo Misquita, de 30 anos. Atualmente morando em Belém (PA), o manacapuruense não poupa palavras ao descrever o orgulho que sente do local de onde veio. O jovem destaca ainda que, apesar de estar distante, sempre faz questão de estar presente e de visitar a sua família, que reside em Manacapuru.

“Minha cidade é incrível e apesar de estar distante sempre que posso estou por lá para estar com minha família. Amo o acolhimento de meus conterrâneos e o calor que tem o povo manacapuruense. Ser de Manacapuru é uma honra, ser nascido e criado nesse lugar foi um privilégio. Nasci, cresci, estudei e me desenvolvi nesse lugar de encanto. Amo minha cidade e tenho imenso desejo de levar para o mundo nossa cultura e nosso acolhimento”, pontuou.

De acordo com Eduardo Misquita, mesmo distante, Manacapuru continua sendo motivo de orgulho e gratidão por evoluir a cada dia que passa. Após 10 anos morando na capital paraense, o jovem não deixa de declarar o seu amor pelo município.

“Manacapuru só me proporcionou coisas maravilhosas que, mesmo distante até hoje, me agrada ver a evolução da minha cidade e ver que as pessoas procuraram evoluir. Para mim, isso é magnífico. Já estou há 10 anos morando em Belém, mas nunca perdi o contato e essa essência”, disse.

Festival de Cirandas de Manacapuru

O Festival de Ciranda de Manacapuru é uma festa popular brasileira que ocorre anualmente no município, distante 68 quilômetros de Manaus, e atrai cerca de 50 mil turistas todos os anos. Tradicionalmente ocorre no último final de semana de agosto. Com a pandemia, foram dois anos afastados do público presencialmente. O Festival conta com três agremiações: ciranda Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional.

Segundo a mestre em história pela UFRJ e produtora cultural em Manaus, Karollen Lima, a festa fala tanto da história, quanto a história fala da festa, bem como das pessoas que a realizam. Dizem que a celebração da ciranda aconteceu efetivamente na década de 80, mas antes disso já brincavam e celebravam as comemorações nas ruas, nas casas, nas quadras, nos bailes e nos ajuntamentos de pessoas.

O município também é conhecido como a “Terra das Cirandas” Foto: Divulgação/Empresa Estadual de Turismo do Amazonas

A ciranda é oriunda desses movimentos, promovendo a unificação de diversos sujeitos que possuem esse símbolo de comemoração e se devotam em cada detalhe, seja através da construção de figurinos ou mesmo da representação de personagens marcantes na história.

“Por meio das músicas e das danças há a expressão das identidades e das ancestralidades, reafirmando a memória dos povos amazônicos. O valor histórico e cultural desse movimento é grandioso por comunicar a herança ancestral e por constituir uma rede de pessoas que se movimentam para a realização do festival, dedicando-se dia-a-dia para que essa manifestação não se perca em meio ao presente das coisas efêmeras. Além disso, é inegável o impacto da comemoração na economia local e criativa da cidade de Manacapuru”, concluiu Lima.

Membro da Ciranda Tradicional, no qual interpreta o personagem típico Honorato, Eduardo ressalta que prestigiar o Festival de Cirandas de Manacapuru é um dos pontos altos no âmbito dos eventos realizados no município por apresentar muitas oportunidades para famílias e empresas locais. Para ele, os festivais locais auxiliam o jovem a enxergar o futuro, mudando o foco de outras ações ilícitas.

“Os festivais geram, no meu ponto de vista, rendas extras para muitas famílias e empresas do município. Eu acho muito importante permanecer a valorização do festival de ciranda, principalmente, por se tratar de uma cidade metropolitana, o acesso é bem melhor e mais fácil de um turista chegar. Além das cirandas, que são incríveis e atraem milhares de pessoas para a nossa cidade gerando renda. Além das rendas, o festival também faz com que muitas pessoas, adolescente principalmente enxergarem o futuro”, disse.

A história de Eduardo com a ciranda iniciou em 2003 e, diante dessa trajetória, destaca que ciranda é o que mais ama fazer e pontua que sente prazer em se deslocar de Belém para estar presente nas festividades. Emocionado, destaca que sempre foi apaixonado por dança, mas que se encantou pela ciranda ao ver outras crianças dançando.

Balneários

Usufruindo da beleza natural do lugar e proporcionando uma experiência bem amazônica, Manacapuru é recheado de balneários e pousadas que levam a população a aproveitar mais das belezas do local. Um dos balneários indicados pelo estetacosmetólogo Eduardo do Carmo Misquita é o Cirandeira Bela, localizado na estrada de Novo Airão (AM-352), a 104 quilômetros de Manaus. Você atravessa a Ponte Rio Negro, pega a rodovia AM-070 e no Km 84, à direita, entra na AM-352. O empreendimento fica no KM 10 dessa estrada.

Belezas naturais de Manacapuru atraem milhares de turistas Foto: Divulgação/balneário Cirandeira Bela

“Os balneários são também um dos pontos de atrações na cidade como o balneário Cirandeira Bela. Acho incrível, tenho visto mais investimentos dos empresários locais nos balneários, investem nas redes sociais para divulgação e atualmente fazem apresentações da própria cultura de Manacapuru para os visitantes”, ressaltou.

Comemorações

Em comemoração à data, a Prefeitura de Manacapuru, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), presenteia a população do município com uma extensa programação em três dias de festa.

Além dos shows, o público vai poder conferir as apresentações de atrações regionais e locais. Confira abaixo:

  • Dermilson;
  • George Japa;
  • Dieguinho Damasceno;
  • Drika Morena;
  • Andreza Andrade;
  • Uendel Pinheiro;
  • May Seven;
  • Xiado da Xinela;
  • Banda Top 10;
  • Banda M Silva;
  • Nova Geração;
  • Serginho Pit Bul;
  • Fran Sena;
  • George Solteirão;
  • Forró Kasado;
  • Batata Show;
  • Ulisses e Banda;
  • Barões do Beiradão;
  • Adelgísio; Sofia;
  • Adonney e Adonnay;
  • Dirceu e Valderci;
  • Igreja Lagoinha;
  • Pr Walter;
  • Ministério de Louvor Ieadam.

História de Manacapuru

Os fundamentos da história da Cidade de Manacapuru estão ligados à aldeia dos Índios Mura, que estabeleceram no século XVIII. A cidade está assentada na margem esquerda do Rio Solimões.A aldeia foi fundada em 15 de fevereiro de 1786, após a pacificação dos índios.

Conforme historiadores, os índios Muras eram terríveis, cuja pacificação exigiu grandes esforços, por parte de Matias Fernandes (diretor da aldeia de Santo Antônio do Imaripi) e o General Pereira Caldas; e, segundo A. C. Ferreira Reis, essa pacificação teria ocorrido em princípios de 1785.

Em 27 de setembro de 1894, pela Lei Estadual nº 83, Manacapuru é elevada à categoria de Vila e é criado o município, desmembrado de Manaus e o respectivo termo judiciário e somente em 16 de julho de 1932, pela Lei Estadual nº 1.639, a “Princesinha do Solimões” recebe foros de cidade.

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Comentários:

  1. Adorei a matéria! Parabéns aos produtores! Sou amazonense de Manaus, mas vivo em Brasília há muitos anos.
    Meu bisavô – o Coronel Antônio Rodrigues Madeira – amava muito Manacapuru, onde viveu com sua esposa – a Bivó Emília e seus filhos Jonathas Ribeiro Madeira (meu avô) e as suas filhas, Tia Otacilda (minha madrinha), Odetina (Dedé), Dedita e Edith, que cantavam no Coral do Igreja. Meu avô tocava flauta.
    Tia Dedé já viúva, mudou-se para o RJ para tratamento de saúde da prima Anette, que veio a falecer, anos após a mudança de domicílio.
    De volta a Manaus, a passeio, o primeiro desejo da Tia Dedé foi retornar a Manacapuru, revisitar todos os lugares onde viveu e foram felizes.
    Tenho excelentes recordações de Manacapuru e do Balneário Miriti!
    Vejo pela imprensa o progresso da cidade e acompanho o seu desenvolvimento, onde percebo a vivência cultural no Festival de Cirandas, na música e dança, pondo em relevo a afetividade e hospitalidade do povo, que permanecem as mesmas, da vez que estive na cidade.
    Chegamos domingo, cedinho e fomos à Missa; uma coisa que encantou a minha irmã, foi o gesto do Padre após a celebração da Missa, cumprimentar os fies um a um na porta da igreja!
    Depois fomos ao mercado e conversamos com as pessoas, passeamos pela cidade, almoçamos, admiramos a paisagem da orla do rio, e no fim da tarde retornamos a Manaus.
    Em cima do meu piano na sala, aqui em Brasília, há uma linda foto da escada que dá no rio do Miriti – uma doce lembrança do lugar, presente do amado primo Henrique V. Lima!
    Não vejo a hora de revisitar Manacapuru, de preferência em julho no próximo 2023, para me integrar às festividades da Ciranda.
    Parabéns à população manacapurense pela alegria e hospitalidade com que fomos recebidos por todos!

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