Decepcionante, quase folclórico, o mais recente debate televiso entre os candidatos ao Senado Federal pelo Amazonas. O apelo à baixaria, lamentavelmente, substituiu a troca de ideia e o salutar encaminhamento de propostas em nome de um Estado que vivencia problemas preocupantes, a maioria deles consequentes de uma política nacional perversa que agrava as desigualdades.
Pretendendo o Senado, os candidatos têm a obrigação de encarar, por exemplo, a taxa de analfabetismo, da ordem de 6,9% em 2016 no Amazonas. À época, houve quem festejasse, com ufanismo, a taxa vergonhosa como se isso mostrasse um processo educacional em evolução.
Em 2019, o número de pessoas sem saber ler nem escrever caiu para 5,4%, de acordo com a Pnad Contínua Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Eis aí um tema que os postulantes ao Senado poderiam, e podem, debater à exaustão, pois, afinal, a diminuição da taxa de analfabetos entre 2016 e 2019 não foi empolgante, mas apenas confirmou a dura realidade das desigualdades regionais, de gênero e de cor e raça, de ponta a ponta do país.
Aos senhores concorrentes ao Senado ainda será dada nova chance de remissão em um próximo debate a acontecer entre eles. A baixaria não rende votos. Tão somente exibe o pobre nível de quem deturpa as regras do jogo democrático em que as demandas públicas deveriam prevalecer. E as demandas da educação estão aí, acusando um exército de quase 200 mil analfabetos, com 15 anos de cidade, no Amazonas.
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