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Com a Palavra

Wilson Lima propõe R$ 1 bilhão em crédito e realização de novas obras no AM

Durante a entrevista, Wilson Lima expôs suas principais propostas para o estado

Foto: Reprodução

Nesta edição de ‘Com a Palavra’, a equipe do Em Tempo entrevistou o governador e candidato à reeleição, Wilson Lima (União Brasil), que expôs as suas principais propostas para o Amazonas. O atual chefe do executivo estadual propõe projetos de incremento de crédito e a realização de novas obras. Também destaca a expansão do saneamento básico para o interior.

O senhor enfrentou um dos períodos mais difíceis da história do Amazonas, devido a pandemia, quais ensinamentos tirou desse episódio tão impactante para o Estado, enquanto administrador público?

Eu aprendi e tenho aprendido muito com as dificuldades. Nenhum outro governador na história do Amazonas passou pelo que passei, como a pandemia da Covid e a maior cheia de todos os tempos.

Tudo isso exigiu muita resiliência, sabedoria e determinação para seguir em frente. Fizemos tudo o que foi possível para salvar vidas durante a pandemia e também para continuar avançando em áreas essenciais, para enfrentar pelo menos 40 anos de atraso, de falta de investimentos no estado. Apesar de todas as dificuldades, que me tornaram um gestor melhor e mais preparado, conseguimos avançar com realizações como o Auxílio Estadual permanente para 300 mil famílias; a construção de 12 Cetis, ampliando em 16 mil as vagas em escolas de tempo integral; e a conclusão de 234 obras de infraestrutura, entre as quais a duplicação da AM-070.   

Os investimentos em segurança pública no seu governo foram significantes, no entanto, os problemas no setor estão longe de serem resolvidos, de uma vez por todas. Quais ações futuras o senhor gostaria de destacar nessa área, tendo em vista que o avanço da tecnologia pode e deve melhorar o uso da inteligência operacional no setor?

A segurança pública é um desafio que nós estamos enfrentando desde que assumi o governo. Estamos trabalhando muito para tirar um atraso de 40 anos de falta de investimentos em pessoal, tecnologia e estrutura nessa área. E estou trabalhando exatamente nesse tripé. Estou fazendo concurso para as Polícias Civil e Militar, o que não acontecia há mais de dez anos, estou garantindo promoções, auxílio fardamento; aprovamos a Lei de Cursos. Na área de tecnologia a gente tem o nosso Paredão que é um sistema de monitoramento, com 500 câmeras em pontos estratégicos de Manaus que identificam placas de carros roubados e têm ajudado a desvendar vários crimes. Só no primeiro semestre desse ano, a gente já teve uma redução de 4% de homicídios; de 14% em roubos de veículos e de 21% de furto a residências. Resultado dessa tecnologia. Estamos investindo também em estrutura porque nós estamos entregando viaturas novas, trocando o armamento da polícia, trocando de pistola ponto 40 para bereta 9mm. Vamos entregar o novo prédio da Rocam e vamos começar a construir um novo prédio do Comando da Polícia Militar, além de fazer um novo concurso para Polícia Militar e reforçar o patrulhamento fluvial com o nosso projeto “Ribeirinho Seguro”, que vamos implantar no próximo mandato.  

O Auxílio Estadual criado pelo senhor já ajuda diversas famílias carentes na capital e interior do Estado. O senhor pode destacar projetos econômicos, além da ZFM, que possam ser impactantes na geração de empregos e que possa dar mais autonomia financeira, além de esperança às famílias?

O Auxílio Estadual realmente veio para ajudar aquelas famílias que estão em situação de pobreza e, junto com nossos restaurantes populares Prato Cheio, tem colocado comida no prato de quem mais precisa. Além de ser o maior programa de transferência de renda da história do estado, o auxílio ajuda a movimentar a economia dos municípios, com a injeção de R$ 45 milhões com o pagamento do benefício todos os meses. Na geração de emprego e renda, também temos avançado bastante, com a realização de obras, liberação de mais de R$ 470 milhões em crédito, a defesa dos empregos da Zona Franca de Manaus. E vamos avançar ainda mais, com mais de R$ 1 bilhão em crédito, a realização de mais obras, a qualificação de jovens para o mercado de trabalho e o desenvolvimento de novas matrizes econômicas, como o mercado do gás natural, a exploração do potássio, e o desenvolvimento da bioeconomia e do turismo. Tivemos a coragem de quebrar o monopólio do gás natural, criamos um marco regulatório para o mercado do gás, que é exemplo e que já tem atraído investimentos lá no campo de Azulão, o que gera empregos, renda, arrecadação de impostos.

Governador, geograficamente isolado, o Amazonas é um estado historicamente desprezado pelo Governo Federal, desde Hermes da Fonseca, quando projetos de reorganização econômica da região ficaram pelo caminho. Como reverter esse quadro negativo e fazer o Governo Federal ser um parceiro real do Estado?

Essa é uma construção que temos feito, de diálogo permanente com o Governo Federal para que a gente possa resolver problemas históricos, que vêm de governos passados que deixaram de fazer investimentos, de realizar projetos que realmente olhem para a nossa região, valorizem nossas riquezas e potencialidades. Tenho mantido esse diálogo com o Governo Federal para conseguir avançar em questões como a infraestrutura, a segurança pública e também a questão ambiental.   

Governador, falam muito da total revitalização da BR-319 com a repavimentação do polêmico Trecho do Meio, mas não há recursos suficientes para tal na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) destinados a essa finalidade. Como o senhor pretende tratar essa questão da falta de dotação orçamentária para a BR a partir de janeiro de 2023? A saída será recorrer a emendas parlamentares?

A BR-319 é de competência do Governo Federal, que já anunciou investimentos para reconstruir o chamado trecho do meião, de 405 quilômetros. Essa obra já recebeu licença prévia do Ibama e tem nosso total apoio. Estive recentemente com o ministro da Infraestrutura e coloquei o Estado à disposição, inclusive para colocar recursos, para que a obra finalmente aconteça, deixando de ser uma promessa como sempre foi nos governos passados.

Governador, sem malha rodoviária para a ZFM ter acesso aos mercados do Sul e do Sudeste, restam os nossos rios como estradas na luta do Amazonas contra o isolamento. Como o senhor, politicamente falando, pretende encaminhar a luta por mais segurança e pelo balizamento e sinalização dos rios mais estratégicos para o escoamento dos produtos da indústria do Amazonas por via hidroviária ? Como se sabe, os empresários reclamam isso, inclusive, por conta das ações nefastas dos piratas dos rios.

Todas as nossas grandes hidrovias são também de competência federal, como as hidrovias do Solimões e do Madeira, e, assim como na questão da BR-319, temos discutido com o Governo Federal investimentos nas nossas hidrovias e portos. Nós também temos feito investimentos na parte que nos cabe aqui no estado, como no monitoramento das nossas microbacias, para intervir sempre que necessário para garantir a navegabilidade. Temos investido também na estrutura de orlas e na instalação de terminais flutuantes, já concluímos nove que estão sendo encaminhados a comunidades ribeirinhas, e já temos contratado mais 25 terminais.

Governador, o Amazonas e até mesmo a capital tem índices baixíssimos de saneamento básico. Como o Estado pode reverter essa situação que coloca em risco a saúde pública e passa uma imagem de descaso com a população, na comparação com outros estados brasileiros?

A questão de saneamento básico tem sido prioridade no meu governo e continuará sendo no meu próximo mandato. Muito ainda precisa ser feito para tirar um atraso histórico de investimentos, mas temos avançado. Em Manaus, por exemplo, concluímos a obra e inauguramos a Estação de Tratamento de Esgoto do Educandos, que atende 130 mil pessoas e, com isso, aumentamos a cobertura de tratamento de esgoto sanitário, de 12,43% para 21,95% na capital, um aumento de 76% em apenas dois anos. No interior, concluímos o Prosai Maués e a cidade passou a ser referência no Amazonas, com 50% de cobertura de rede de tratamento de esgoto. Vamos implantar o Prosai Parintins e estamos levando o Prosamin, pela primeira vez, para zona leste de Manaus. Também vamos ampliar o abastecimento de água, com a implantação de 167 quilômetros de rede de distribuição, além de interligações domiciliares e a implantação de 50 poços.

O senhor e o prefeito David Almeida firmaram uma parceria muito importante entre Governo e Prefeitura. Caso reeleito, podemos contar com a continuidade dessa parceria? E, o que podemos esperar em termos de desenvolvimento para Manaus futuramente?

Sim, é uma parceria que só se fortalece e é a população quem ganha com isso. Destinei R$ 580 milhões para convênios com a Prefeitura de Manaus, que já estão em andamento e estão mudando para melhor a vida da população. Um exemplo é o Passe Livre Estudantil, que nós garantimos nessa parceria e hoje nenhum aluno da rede pública de Manaus paga passagem de ônibus para ir para a escola. Como Asfalta Manaus, já colocamos asfalto novo em mais de 1.500 ruas e vamos chegar a 10 mil ruas nessa primeira fase. Também estamos reformando 32 feiras e mercados e vamos realizar obras importantes, como o viaduto da Bola do Produtor, a nova rodoviária de Manaus, o maior parque temático de Manaus, entre outras tantas obras que temos planejado. É também compromisso do meu plano de Governo implantar a nova Manaus Moderna, investindo naquela área da cidade que é importantíssima não só para quem vive ou trabalha ali, mas também para o turismo. E os investimentos não são apenas em convênio com a Prefeitura. Já concluímos 94 obras e temos mais de 50 obras em andamento, como a do maior complexo viário de Manaus, os anéis viários Sul e Leste.

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