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Com a Palavra Nes

Eduardo Braga destaca planos para segurança pública e economia do Amazonas

Também falou sobre medidas necessárias para a melhoria do sistema carcerário e a pretensão de implementar obras para fomentar a economia do Amazonas

Foto: Em Temp

Nesta edição de “Com a Palavra”, a equipe do Em Tempo conversou com o senador e candidato ao Governo do Amazonas Eduardo Braga (MDB). Durante a entrevista, Braga falou suas principais propostas para a segurança pública do estado. Também destacou medidas necessárias para a melhoria do sistema carcerário e a pretensão de implementar obras para fomentar a economia do Amazonas.

Primeiramente, eu gostaria que o senhor comentasse qual é a sua motivação para tentar disputar o cargo de governador do Amazonas. O que o senhor faria de novo ou de diferente em relação a sua gestão passada do cargo?

O que me motiva é ajudar o povo do Amazonas. Lamentavelmente, o Amazonas e o amazonense vêm sofrendo nos últimos anos falta de investimentos públicos, por falta de uma gestão comprometida com a população. Eu vou dar alguns exemplos: o Amazonas hoje é o segundo estado em vulnerabilidade da segurança alimentar. 500 mil pessoas acordam todos os dias no Amazonas sem saber o que vão comer.

Ao mesmo tempo, o Amazonas também é o segundo estado com relação aos índices de extrema pobreza, o que é lamentável, porque o nosso estado, como todos sabem, tem muitos recursos naturais e o nosso estado tem uma capacidade de arrecadação muito grande em função da Zona Franca de Manaus, em função do petróleo, do gás e do grande volume que o comércio representa na área de serviços.

O seu governo foi um dos que mais incentivou esporte no estado. O senhor pretende, caso eleito, retornar com a Secretaria Estadual de Esporte?

Sim, e mais do que isso, retornar com as políticas públicas do esporte. O esporte ele é bom sob vários aspectos. Ele é bom como instrumento de política social, porque através do esporte nós podemos dar ao jovem a oportunidade de dizer não às drogas e à criminalidade. Também através do esporte de auto rendimento podemos fazer uma migração social. É claro que não é todo dia que a gente acha um Ronaldinho Fenômeno.

Não é todo dia que a gente acha um Jacaré, eu estou me referindo ao grande campeão de Ultimate Fighting, que é amazonense. Aliás, no meu governo, utilizou-se muito da política de auto rendimento do esporte, e como os outros, o Sandro Viana e tantos outros que despontaram para o esporte graças a política pública. Por tanto, não só o esporte de alto rendimento, mas o esporte amador terá grande ênfase caso eu venha a retornar o governo do estado.

Candidato, de que forma o senhor analisa a segurança pública no Amazonas, e o que o senhor entende que possa ser melhorado no nosso sistema carcerário?

Primeiro vou responder segurança pública. Nós estamos vivendo um caos na segurança pública. Lamentavelmente, o número de homicídios violentos no estado do Amazonas é o pior do Brasil. Manaus é a 37ª cidade mais violenta do mundo, entre 2,5 milhões de cidade no mundo. Nós somos a terceira capital brasileira mais violenta.

Por tanto, nós precisamos dobrar o efetivo da Polícia Militar e dobrar o efetivo da Polícia Civil. Precisamos dotar as polícias de novas tecnologias, novos softwares e novos equipamentos. Reequipar a polícia, armar a nossa polícia em condição de fazer o enfrentamento com a criminalidade, e investir em inteligência, planejamento e ação integrada e cooperada.

Agora, nós queremos em cooperação com o Governo Federal, que já oferece o Auxílio Brasil que representa R$ 600, e nós queremos com o Programa Novo Cidadão dar R$ 500 para essas famílias. Portanto entendemos que com R$ 1,1 mil nós vamos começar a tirar essas famílias do fundo do poço. Com políticas socioeducativas, com escolas de tempo integral, com o CETAM dando uma profissão para os pais que estão desempregados, com linhas crédito para financiamento de micro e pequenas empresas e também o empreendedor individual, o microempreendedor individual, o que que nós imaginamos? Nós imaginamos poder gerar emprego e renda e dar a oportunidade para essas pessoas poderem recomeçar a vida. Portanto, eu creio sinceramente que é possível crescer, é possível fazer a mudança no Amazonas e, para isso, depende de você, porque na democracia, se você toma a decisão de mudar, as coisas podem acontecer. Nós esperamos que você entenda que para o Amazonas crescer, ele precisa mudar.

A questão carcerária no Amazonas precisa ser melhorada para que possamos, de verdade, recuperar o cidadão, para que o cidadão seja reinserido na sociedade. Nós precisamos, para isso, levar educação para dentro dos presídios e qualificação de obra. Precisamos gerar emprego e renda para este cidadão que está privado da liberdade, e precisamos também melhorar os investimentos no sistema prisional.

Candidato, quais são os planos, caso seja eleito, na questão de obras que possam beneficiar a economia no interior?

São muitos. Nosso programa de governo, inclusive, está apresentado e registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Entre eles, eu posso destacar alguns: construção de unidades habitacionais. Quando você constrói uma casa, você gera emprego para o pedreiro, para o servente, para o auxiliar de pedreiro, para o encanador, para o eletricista, para quem vende material de construção e para que transporta.

Então, você faz a economia girar. Ao mesmo tempo, você dá uma casa para que uma família possa criar seus filhos. Eu recebo muitas cartas de muitas pessoas que estão vivendo, lamentavelmente, em quartinhos minúsculos. Estão amontadas sete ou oito pessoas, é uma coisa desumana o que nós temos visto. Ao mesmo tempo, aluguéis que muitas pessoas não conseguem pagar. Portanto, construção de casas populares é um de nossos compromissos, mas não é o único.

Como eu disse, nós precisamos voltar a investir em saúde pública. Manaus precisa de novos hospitais e novos prontos-socorros. Manaus precisa revitalizar a rede de SPAs e de policlínicas. Nós precisamos investir também em clínicas de diagnósticos e acabar com as filas do SisReg. As pessoas ficam em uma fila da morte. Nos primeiros 120 dias de governo nós queremos zerar a fila do SisReg, seja de consultas especializadas, de exames especializados, seja de cirurgias eletivas.

Ao mesmo tempo, queremos fazer obras estruturantes. No interior do Amazonas, lugar que eu conheço muito bem, neste final de semana eu estive em oito municípios, e eu posso dizer que, lamentavelmente, eles estão muito abandonados, com falta de saneamento, e abandonados em relação com a questão da falta de asfalto, da pavimentação. Onde você não tem isso, há mais doença, você tem a poeira, a lama, e o produtor rural não consegue tirar os seus produtos.

Também na área de educação, nós precisamos voltar a investir firmemente na melhoria da nossa estrutura de educação, na melhoria dos nossos laboratórios. Nós estamos falando do terceiro milênio, do mundo das telecomunicações, da informática, e nós precisamos de laboratórios, de cursos que preparem o jovem para isso. Portanto, quando você fala de investimentos, e fazer investimentos na saúde, na educação, e na infraestrutura, você está falando de gerar emprego e renda na macroeconomia do estado, e buscar a volta do crescimento econômico e da melhoria da vida das pessoas. Portanto, a nossa busca incansável é que a gente possa melhorar a vida dos amazonenses.

Candidato, o senhor pretende construir uma ponte que possa ser ligada a BR-319 para que nós também tenhamos uma ligação com todo o Brasil?

Primeiro, nós temos que ter a BR-319. Se a BR-319 sair do papel e a gente conseguir asfaltar a BR-319, então sim, eu sonho em poder interligar o Brasil do Oiapoque ao Chuí. Isso daria ao Amazonas e a Manaus uma infraestrutura muito importante do ponto de vista da geração de emprego, da redução do preço de muitas mercadorias, e eu explico o porquê. O transporte fluvial é importante? Claro que é, e ele é mais barato em alguns casos.

No entanto, você precisa ter grandes volumes, caso o contrário, você acaba ficando com o tempo de transporte muito grande. Enquanto que pela estrada você vai ter uma interligação que permitirá que a micro e pequena tenha um fluxo de abastecimento de logística muito melhor que tem hoje.

Portanto, eu sou um defensor intransigente da BR-319, e se ela for asfaltada, eu pretendo fazer a interligação através de uma ponte sobre o rio Solimões.

A sua chapa é uma das únicas que recebe o apoio de fortes candidatos à presidência. Como aconteceram as conversas com o diretório nacional do PT? O senhor já pôde conversar com o ex-presidente Lula sobre o desenvolvimento do Amazonas?

Eu já fui governador há oito anos quando Lula era presidente da república. Nós sempre tivemos uma parceria muito próxima. Eu tenho uma proximidade, portanto, com o presidente, e o presidente sempre foi muito correto com o Amazonas. Portanto, é natural essa minha aliança com o presidente Lula.

É natural a minha confiança de que ele chegando à presidência e eu chegando ao governo do estado de que a gente possa criar uma ação conjunta em várias áreas. Na área social, na área da saúde, da educação, da segurança, principalmente, para que nós possamos fazer um enfrentamento contra essa organização criminosa instalada na nossa região. As conversas com o presidente Lula sempre são cheias de esperança. Esperança de dias melhores.

A estudante de medicina Jéssica Liana pergunta: caso seja eleito, o senhor tem a pretensão de tirar do papel o projeto do monotrilho. A gente consegue observar na cidade que o fluxo de veículo tem aumentado, e tem ficando muito intenso, trazendo grandes prejuízos para os usuários de transporte público. Caso o contrário, o senhor possui uma outra estratégia, ou um outro planejamento para resolver esse gargalo.

É muito boa a sua pergunta, porque me permite dizer que a mobilidade urbana é, sem dúvida, um dos grandes desafios hoje da região metropolitana de Manaus. O governo do estado tem ação sobre a região metropolitana. A prefeitura de Manaus tem ação sobre o transporte urbano da cidade de Manaus. Então, eu vou falar sobre a região metropolitana, que é o que compete ao Governo do Estado.

Em parceria com as prefeituras que formam a região metropolitana, são 13 os municípios que formam a região metropolitana, então sim, nós vamos fazer o investimento em infraestrutura viária e infraestrutura modal para melhorar a mobilidade urbana, que via de consequência vai melhorar o transporte urbano nos municípios e, obviamente na cidade de Manaus.

O mototaxista Valdir Corrêa pergunta: Eduardo Braga, eu gostaria de saber como o senhor vai fortalecer a Zona Franca de Manaus.

Em primeiro lugar, pacificando e acabando com essa guerra que o atual governo está fazendo contra a Zona Franca, edições repetidas de vários decretos que visão tirar a nossa competitividade, e que podem causar desemprego e desinvestimento na Zona Franca. Isso só não está acontecendo porque nós conseguimos uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), concedida pelo ministro Alexandre de Moraes que fez com que os decretos, que já são cinco decretos editados pelo atual presidente Jair Bolsonaro, não tenham efeitos sobre a Zona Franca, sob pena de já termos perdido a indústria de concentrados de bebida, que faria com que a empresa Jayoro deixasse de existir em Presidente Figueiredo. Só a Jayoro gera 1 mil empregos em Presidente Figueiredo. Imagine, se nós perdermos algumas das indústrias que nós temos hoje na Zona Franca e no Polo Industrial, isso poderia causar mais de 20 mil desempregos.

Portanto, o que nós queremos é pacificar isso, dar segurança jurídica para que o investidor que está do outro lado do mundo olhe para a Zona Franca e diga ‘lá é um lugar seguro para a gente investir”, gerar emprego, pagar impostos e, ao mesmo tempo, ajudar a preservar a floresta Amazônica. A Zona Franca é o projeto mais importante de preservação e conservação da floresta em pé no mundo. Não é à toa que maior floresta em pé, do planeta, está no Amazonas.

Com o presidente Lula, e conosco no governo, nós esperamos fortalecer a Zona Franca com novos produtos. Produtos de biodiversidade, nanotecnologia, e de petroquímica.

Candidato, quais são as suas considerações finais?

Quero cumprimentar você que está assistindo. Dizer que para a gente crescer nós precisamos mudar. Precisamos mudar o Amazonas. Do estado atual, não vemos investimentos públicos. Não vemos um hospital novo sendo construído, não vemos uma escola nova sendo construída, não vemos uma delegacia nova sendo construída. Ao contrário, as delegacias fecham às 17h da tarde. Quando o crime mais acontece, nossas delegacias estão fechadas.

No interior, o que nós temos visto é o abandonado e a desesperança. Então, queremos mudar para crescer, e queremos a oportunidade de fazer projetos de ação conjunta na área social para que você possa ter R$ 500 mais o Auxílio Brasil, aí você terá R$ 1,1 para que a gente possa começar a sair do fundo do poço. Novos empregos, novas esperanças e, se Deus quiser, um novo Amazonas.

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