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Voltas às aulas

Ensino presencial potencializa aprendizado de crianças com síndrome de down

No Dia Internacional da Síndrome de Down, professores e psicólogos reforçam a importância do ensino presencial para desenvolvimento cognitivo de crianças com a síndrome

A Apae atende cerca de 300 crianças com síndrome de down - Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Durante os últimos anos, tantos os professores quanto os alunos precisaram se adaptar à nova realidade que a pandemia da Covid-19 estabeleceu. A partir desse contexto, as crianças foram diretamente afetadas, principalmente os grupos de crianças com síndrome de down, que precisam do contato e atenção, algo que o ensino on-line acaba limitando. No Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta segunda-feira (21), o Em Tempo destaca a importância do ensino presencial para a faixa infantil desse grupo.

Conforme especialistas, a volta às aulas presenciais é importante para o aprendizado dessas crianças por proporcionar metodologias que potencializam as cognições dos pequenos.

Para a psicopedagoga Katlen Cruz, o retorno das aulas presenciais é importante para o desenvolvimento da criança com síndrome de down, principalmente para reforçar os processos cognitivos e a convivência entre os alunos e professores. Além disso, no espaço presencial, os profissionais da educação também podem atuar com mais intensidade, com a utilização de seus recursos e planejamento.

“O professor pode olhar o aluno e observar o que ele vem desenvolvendo, o que pode ser adaptado, identificar as fraquezas e as potencialidades do desenvolvimento do aluno. Então, o espaço escolar tem esse principal objetivo, de potencializar o desenvolvimento da criança e fazer com que esse processo de ensino aprendizagem possa se tornar cada vez mais efetivo e estabelecendo vínculos positivos do aluno com a aprendizagem”,

diz Katlen Cruz.

Conforme a psicóloga Geisyane Morais, as interações com o meio escolar servem de grande estímulo para a aprendizagem das crianças com síndrome de down, ainda mais no desenvolvimento do processo de percepção e raciocínio dos alunos.

“Um ambiente adequado, com mesas e cadeiras apropriadas, brinquedos e, principalmente, o convívio com outras crianças, servem de combustível para que possam adquirir e reter conhecimento. A memória afetiva, a comunicação, a oratória e a fala são muito exercitadas no convívio com os colegas”,

explica.

Apae

Nesse sentido, a Associação de Pais e Alunos Excepcionais de Manaus (Apae) funciona há 49 anos na cidade auxiliando as pessoas com síndrome de down, por meio de uma clínica que fornece assistência em saúde e um centro de atendimento pedagógico, o qual conta com uma equipe composta por 12 professores.

De acordo com a pedagoga Janete Souza, a Apae atende 300 crianças com síndrome de down com idades entre zero a oito anos. O objetivo principal da associação tradicional em Manaus é garantir a autonomia intelectual e muscular das pessoas com deficiência.

“Cada aluno já sabe quem é a sua professora, então vão fazer atividades como educação física, vão para quadra ou vão para piscina.  Nas atividades em sala de aula a professora passa alguns trabalhos e atividades que estimulam a coordenação motora e cognitiva, então trabalhamos com várias metodologias e conteúdos e também oferecemos fisioterapia e atendimento psicológico”,

diz.

Em 2020, as atividades na Apae precisaram continuar em formato on-line, em razão da pandemia da Covid-19, e retornaram no dia 5 de fevereiro deste ano. Segundo a pedagoga Janete Souza, muitos familiares ligaram para a associação e pediram ajuda, pois as crianças não conseguiram se adaptar ao novo ambiente digital. Algumas, inclusive, ficaram deprimidas no período pandêmico.

“A Apae, para as crianças, é um mundo. Elas ficaram muito tristes por não ir à associação neste período de pandemia. Muitas crianças ficaram deprimidas, se deprimiram porque não iam para a Apae, pois não entendiam o contexto e o que estava acontecendo e realmente ficaram doentes”,

diz a pedagoga.

Assim, para a pedagoga Janete Souza, o retorno das aulas presenciais traz não apenas otimismo e alegria para as crianças com síndrome de down e para as famílias, como garante o melhor desenvolvimento motor e psicológico para os pequenos.

“As crianças ficam muito felizes quando chegam na Apae e as aulas presenciais são ótimas porque estimula a prática e o desenvolvimento das atividades. Além disso, as crianças são muito carentes, então conseguimos dar a atenção necessária”,

completa Janete.

Edição: Leonardo Sena

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