O Brasil não melhorou. Não avança na economia, na educação, na saúde, no combate à pobreza e ao desmatamento. Porém, a maioria do eleitorado brasileiro resolveu apostar nos valores da caquistocracia que preza pelos piores governantes e por pessoas mais desprezíveis e despreparadas para comandar um país ou instituições sociais e, até para receber os aplausos públicos de bajuladores e de ignorantes garbosos.
O resultado das eleições de 02 outubro mostra, também, a escolha dos piores. Os incompetentes ex-ministros foram eleitos; os inescrupulosos chefes do Poder Executivo foram reeleitos ou estão confortavelmente no segundo turno; os omissos presidentes das Casas Legislativas obtiveram votações expressivas; ex-secretários ineficazes e corruptos ganharam cargos eletivos.
A eleição de um ex-ministro do Meio Ambiente para a Câmara dos Deputados, depois de escândalo de corrupção envolvendo madeireiras no Ministério, e o insucesso de um delegado da Polícia Federal, que denunciou uma máfia do setor madeireiro, representam o sucesso da caquistocracia.
Há outros exemplos. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos foi eleita para um dos cargos mais importantes da República, sem trabalho de grande repercussão positiva; o ex-ministro da Saúde, que agiu de forma culposa no caso da vacinação e no combate à pandemia da Covid-19, também foi eleito. Ambos, alcançaram votações expressivas.
Parlamentares que agiram sem ética política em votações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, movidos pelos recursos públicos do orçamento secreto de bilhões de reais destinados aos seus apadrinhados políticos, obtiveram êxitos nas suas campanhas de reeleição.
Vários presidentes dos Legislativos de alguns estados, venceram com votações marcantes. Campanhas milionárias, abuso do poder político e econômico, omissões diante das corrupções dos governadores, com parlamentos como extensão dos interesses privados, foram marcas de suas reeleições. As atribuições constitucionais dos parlamentares ficaram em segundo plano.
Enquanto o ex-governador de São Paulo, João Dória que lutou e comprou vacinas, salvando assim milhares de brasileiros, sequer conseguiu ser candidato, os vilões da pandemia estão sorridentes com os resultados das urnas. Os legisladores inescrupulosos estão eufóricos com as eleições. A ineficiência na gestão pública saiu vencedora, a maioria do eleitorado parece que “lavou as mãos”.
Os valores da caquistocracia se consolidaram, estão além da administração pública. Ex-bilionário fracassado, ex-empresário falido e religiosos distantes das palavras de Jesus Cristo, agora são ‘coaches’ com agendas lotadas, mesmo após fracassos nos negócios.
O sistema de governo dos péssimos indicadores sociais, políticos e econômicos, triunfou. Não foi uma decisão autoritária, uma imposição de força nem uma ordem de cima para baixo. Foi uma decisão popular, saiu das urnas, uma escolha da maioria do eleitorado. Diante destes fatos, tudo indica que a caquistocracia venceu!
Nota: O que é caquistocracia?
Caquistocracia ou kakistocracia é o sistema de governo onde os líderes são os piores, menos qualificados e/ou mais inescrupulosos cidadãos. O uso da palavra remonta à primeira metade do século XVII.
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