Manaus (AM) – Os casos de desnutrição, de malária e outros problemas de saúde em comunidades Yanomami localizadas em três municípios do Amazonas não estão no radar das ações do Governo Federal. Em razão disso, a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) tem solicitado a inclusão dessas aldeias nos atendimentos já realizados em Roraima, enquanto que o deputado Saullo Viana (UB) alerta sobre uma possível migração de garimpeiros no território amazonense.
Assim como em Roraima, a situação de vulnerabilidade também é uma realidade nas comunidades indígenas Yanomami localizadas no Amazonas.
Sem assistência adequada, a DPE-AM apresentou, na última semana, durante a reunião no Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami), ofícios que retratam a subnutrição e casos de doenças evitáveis que afetam comunidades indígenas dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.
“Nós entendemos que algumas localidades do Amazonas devem ser incluídas nessas ações porque o que temos visto aqui no Alto Rio Negro não é diferente do que se tem visto em Roraima”, afirmou a defensora pública Isabela Sales.
A DPE-AM também solicitou à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e ao Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Dsei) que as aldeias Yanomami do Amazonas sejam assistidas pelas ações de caráter emergencial pelo Governo Federal.
Garimpo
Outro fator que pode agravar o problema social nas aldeias Yanomami no estado é o avanço do garimpo ilegal.
Conforme a presidente da Associação dos Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Maria Baré, na região do Alto Rio Negro, no Pico da Neblina, ocorrem atividades de garimpo ilegal, ainda que de forma esporádica. Nesse sentido, ela ressaltou ao Em Tempo a importância de os órgãos públicos atuarem para combater o garimpo nos territórios indígenas do estado do Amazonas.
“Se não tiver uma atenção do estado para evitar completamente o garimpo, em um futuro bem próximo podemos chegar nessa situação. Se a Saúde Indígena não fizer o papel dela da forma que deve ser, que é justamente impedir e retirando os garimpeiros das áreas Yanomami”, alertou.
Migração
A operação de retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami no estado de Roraima iniciou nesta terça-feira (7). O Governo Federal pretende enviar cerca de 500 homens das Forças Armadas, das Forças Nacionais e da Polícia Federal para a região. Estima-se que 15 mil garimpeiros invadiram o território Yanomami.
Alguns garimpeiros, no entanto, já começaram a fugir do território. Conforme a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a fuga iniciou antes mesmo das operações do Governo Federal.
Por temer a migração dos garimpeiros aos Territórios Indígenas do Amazonas, o deputado federal Saullo Vianna (União Brasil), alertou sobre a importância do acompanhamento e vigilância para evitar o avanço da atividade garimpeira no estado.
“Faz-se necessária uma ação que acompanhe para onde esses garimpeiros estão indo para evitar que esses garimpeiros migrem para o Amazonas e o problema apenas mude de estado”, afirmou.
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