Manaus (AM) – O caso de uma relação extraconjugal exposta em uma loja de departamento em Manaus ganhou forte repercussão nas redes sociais. Por consequência, críticas recaíram de forma incisiva na mulher, e constrangimentos respingaram nas funcionárias do estabelecimento. Ao Em Tempo, especialista explica por quais razões os julgamentos e avaliações negativas sempre pesam para a figura feminina.
O vídeo que circula nas redes sociais é de uma mulher com diversos papéis em mãos de prints das conversas do marido com a amante por meio de um aplicativo de mensagem. O material foi distribuído por ela para clientes e funcionários da loja.
Na internet, críticas massivas foram direcionadas às duas mulheres, principalmente aquela que expôs as conversas. Ao Em Tempo, o psicólogo Eduardo Alves afirmou que a situação envolve inúmeras camadas como a problemática da exposição midiática. Conforme o especialista, ao se colocar uma situação de âmbito privado nas redes sociais, ela ganha grande exposição e a repercussão pode sair fora de controle.
Nesse emaranhado de opiniões e avaliações sobre o outro nas redes sociais, o especialista pontuou que certos comportamentos da sociedade são reforçados, como o machismo. Ou seja, a responsabilização tem pouco ou nenhum impacto sobre o homem. “A gente vive em uma sociedade que é extremamente machista e que ainda assim culpabiliza a mulher”.
“A mulher traída ela sempre vai ser a barraqueira, a mulher que traiu é a vagabunda, não merece nada, ela é infeliz e quer destruir aquele casamento. No final das contas, o homem raramente é criticado. Ele é visto como um macho alfa, como alguém seguro e que não vai haver nenhuma consequência para esse indivíduo”, pontuou.
Recomendação
De acordo com o psicólogo, não existe uma forma única e correta de lidar com a traição. Isso porque, cada pessoa tem um comportamento e visão de mundo diferente. Nesse sentido, o especialista recomenda, em casos de sofrimento e desconforto despertados pela descoberta de uma traição, a procura por uma rede de apoio ou a ajuda de um profissional.
“É importante também externalizar tudo que é negativo, ou seja, a tristeza, seja a desconfiança com alguém, desabafar com um grupo de pessoas que você tenha confiança até você chegar a uma ajuda profissional. A traição também é um momento de luta, de perda de confiança, de autoestima, e a perda de uma vida idealizada. Então, é importante também que esse indivíduo conviva com esse luto. A partir do momento que a pessoa consegue externalizar, viver esse luto, chorar e conversar, fica muito mais saudável lidar dessa forma”, explicou.
Funcionárias constrangidas
Os comentários sobre o caso de traição saíram da internet e passaram a atingir as funcionárias da loja de departamento onde aconteceu a exposição.
Em nota, divulgada nesta sexta-feira (10), a empresa afirmou que as colaboradoras ficaram constrangidas por “incidentes”, após a grande repercussão envolvendo o nome da loja: “algumas pessoas e comentários passaram dos limites”.
A empresa pediu respeito, e espera que a situação “traga também aprendizado e apoio às mulheres”.
Veja a nota na íntegra:
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