Manaus (AM) — Deflagrada na sexta-feira (17), a “Operação Cerco Fechado”, deu cumprimento a oito mandados judiciais de busca e apreensão, o que, somado a 12 prisões que já tinham sido efetuadas, resultou num total de 16 policiais militares presos por possível envolvimento na chacina, ocorrida em dezembro de 2022, no Ramal Água Branca, km 32 da AM-010.
A operação foi deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio da 61ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (61ª Proceap), com apoio da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Segundo o Promotor de Justiça Armando Gurgel, que responde pela 61ª Proceap, as autoridades já tem uma hipótese para a motivação do crime.
“Com base em depoimentos e vídeos, foi possível montar esse quebra-cabeça, demonstrar, em Juízo, a dinâmica dos eventos e, assim, alcançarmos outras medidas importantes para o esclarecimento do caso que segue em sigilo, no interesse do sucesso da própria investigação. Temos algumas hipóteses acerca da motivação do crime, estamos analisando todos os elementos já levantados e, após ouvir os depoimentos dos presos, o Ministério Público vai poder firmar seu entendimento com vistas ao oferecimento da denúncia”,
declarou.
Os presos foram encaminhados a um Batalhão da Polícia Militar que, conforme o Promotor de Justiça, atendia à determinação do Juízo, em razão de se tratar de policiais militares. “A questão de como e onde policiais envolvidos no cometimento de crimes devem ser recolhidos foi discutida no curso dessa investigação e deve ser ainda enfrentada pela Secretaria de Segurança Pública e Ministério Público”, finalizou a autoridade.
Familiares das vítimas estiveram na sede do MPAM, acompanhando as informações da Operação Cerco Fechado. Após ouvidos, os presos devem ser encaminhados para audiência de custódia e, posteriormente, para o Batalhão Militar onde permanecerão presos. O material apreendido será encaminhado imediatamente para perícia, em busca de eventuais dados de interesse da investigação, que ainda prossegue.
Relembre o caso
O caso ganhou grande repercussão no Amazonas depois dos corpos de quatro pessoas executadas a tiros terem sido encontrados, no dia 21 de dezembro de 2022, em um carro na rodovia AM-010.
As vítimas foram identificadas, posteriormente, sendo dois homens e duas mulheres; são eles os irmãos Diego Máximo e Lilian Daiane Máximo, que tinham, respectivamente, 33 e 31 anos, e o casal Alexandre do Nascimento e Valéria Luciana Pacheco, de 29 e 22 anos.
Conforme a polícia, o carro estava no Ramal Asa Brasa, no quilômetro 32. Além de terem sido executadas a tiros, as quatro vítimas estavam com sinais de agressão pelo corpo.
Após a repercussão do crime, imagens gravadas mostrando os polícias da Rocam, na noite anterior ao crime, abordando o grupo foram divulgadas. Vídeos de monitoramento também mostraram duas viaturas da PM escoltando as vítimas em direção à rodovia AM-010.
Por meio das placas dos carros, a polícia identificou os envolvidos na abordagem das vítimas da chacina. Um sargento e três cabos na viatura de prefixo 25.9210; um sargento, um soldado e dois cabos na viatura 25.9212 e um sargento, dois soldados e um cabo, na viatura 25.9213.
Ao determinar a prisão dos 12 PMs, o delegado Danniel Antony destacou que já havia indícios de envolvimento dos agentes e que a liberdade dos suspeitos poderia “prejudicar as investigações”.
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