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Empreendedorismo

Empreendedorismo vegano é promissor no Amazonas

Economistas e donos de empreendimentos sustentáveis contam sobre o crescimento dos negócios e seu sucesso com o público geral

A Sociedade Vegetariana Brasileira divulga que pelo menos 14% dos brasileiros são veganos, o que corresponde a cerca de 30 milhões de pessoas. Empresários do ramo encontram sucesso em Manaus e, compartilham suas experiências locais, somando opiniões a economistas e especialistas.

A especialista em agricultura e desenvolvimento regional, Pricila Almeida, o sucesso deste mercado depende somente do desenvolvimento para ter um produto saboroso e seguro, pois a rentabilidade é propícia.

“O mercado vegano é bilionário. A estimativa até 2030 é de 30 bilhões de dólares movimentados no mundo só com proteína vegana, e se colocarmos os ‘flexitarianos’ (semivegetariano), esse valor vai muito acima. É um mercado em expansão, mas tem que ser feito com planejamento, tem que ser estruturado, e é necessário desenvolver um plano de negócio coeso, para fazer a análise de viabilidade e identificar possíveis gargalos que precisarão ser contornados a fim de ganhar escalabilidade”, frisa.

Pricila também aponta a dificuldade em encontrar um produto que seja saboroso, natural e sem aditivos. Neste aspecto, a empresária Edi Araújo, dona do restaurante “Edi Sabores”, proprietária de dois pontos comerciais e está prestes a abrir o terceiro, na sua mudança para os hábitos veganos, também sentiu a necessidade de um restaurante com comidas de boa qualidade e preço acessível. Por isso, decidiu criar um local que a agradasse a este público.

A empresária após sete anos, menciona que o seu negócio gira com média de 80 clientes por dia para cada ponto do restaurante.

“O meu objetivo era levar realmente a culinária vegana para as pessoas conhecerem e verem que ela tem sabor, porque a maioria tem um pouco de preconceito com a alimentação vegetariana e vegana. Quando você fala, ‘olha, aqui é uma comida vegetariana’, a pessoa meio que fica ‘assim’, entende? Eu queria mostrar que a gente pode comer saudável e com sabor sem ter carne. Não tem o mesmo sabor da carne, mas tem um outro sabor diferente, e que é gostoso”, explica.

Além do sabor, a economista fala sobre desenvolver uma cadeia de fornecedores segura para ter constância nos insumos utilizados, para que não haja quebra na escala produtiva.

Agricultora

Um dos fornecedores para o mercado local é Joed de Melo, pequeno agricultor orgânico de Iranduba, e um dos pioneiros da região Norte no CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura), um método de financiamento coletivo para produção de grupos de agricultores familiares.

De acordo com Joed, o seu trabalho como produtor limpo melhorou a renda de sua família e de todos que trabalham no ramo. O agricultor não vê as vantagens apenas pela rentabilidade.

“Penso também na estrutura do solo, a propriedade que a gente trabalha tem melhorado, isso é muito importante. A produção orgânica e agroecológica traz também esse lado de informação para o agricultor, o que nos torna pessoas mais adaptadas ao mercado”, comenta.

Sobre a confiabilidade do produto a ser consumido, a economista, Michele Aracaty, diz que a inovação e experimentação são relevantes características deste segmento, abrindo o mercado para novos produtos, mas para ter retorno, o consumidor precisa confiar no produto e na proposta vegana.

“O mercado vai muito além da alimentação, há roupas, calçados, produtos para pet e inúmeros outros itens com foco na preservação ambiental, como a não testagem em animais e baixo impacto na sua fabricação. Estes são os alvos certos destes novos clientes, os consumidores conscientes. Neste caso, cabe ao empreendedor a tarefa de ser transparente com o consumidor. Não investir no veganismo pode ocasionar perdas, uma vez que o empreendedorismo vegano também visa o coletivo e os pequenos empreendedores”, afirma.

Outros investimentos

O Refúgio Samaúma é um estabelecimento que oferece serviço de hotelaria com cardápio vegano e experiência sensorial com a natureza. Para Ana Lígia, dona do local, é incoerente ter um modelo de empreendimento consciente ecologicamente e não incentivar seus hóspedes a repensar hábitos alimentares que reforçam a exploração animal.

“O desenvolvimento do projeto veio pelo olhar da necessidade de mudança de hábitos consumistas, pelo desejo de conscientizar a sociedade e educar pessoas dispostas a rever conceitos ecológicos e sustentáveis para um futuro melhor. Por isso buscamos sempre investir na alimentação natural e mais limpa, menos industrializada possível”, conta.

A especialista em economia, explica que o sucesso dos negócios vem pelo segmento de ser um dos poucos que apresentam uma certa blindagem em relação aos períodos de crise.

Crescimento

O empreendedorismo sustentável é extremamente lucrativo, apresenta um aumento anual estimado em 40%. Seu público é composto por pessoas dispostas a consumirem qualquer tipo de produto que tenha impacto reduzido, não tenha sido testado em animais e que contribua para melhorar a saúde e o bem-estar.

O Brasil está a cada dia mais vegano, por esse motivo que o investimento em empreendedorismo vegano pode trazer muita prosperidade, é um retorno acima da média para os negócios”, completa.

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