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Investigação

Dino vai acionar PF para investigar tentativa do governo Bolsonaro de trazer joias ilegalmente ao Brasil

Joias avaliadas em aproximadamente R$ 16 milhões foram doadas pelo governo da Arábia Saudita a então primeira-dama em 2021

Foto: Divulgação

O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou, na noite desta sexta-feira (3), nas redes sociais, que vai solicitar da Polícia Federal a investigação da tentativa do governo Jair Bolsonaro (PL) de trazer joias avaliadas em R$ 16,5 milhões do exterior.

De acordo com Dino, o fato pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos. Ainda segundo ele, os fatos serão levados à PF na próxima segunda-feira (6).

“Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira”, publicou.

De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, publicada na noite dessa sexta, as joias trazidas ilegalmente eram presentes do governo da Arábia Saudita para Michelle, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial.

Trata-se de anel, colar, relógio e brincos de diamantes. As peças foram apreendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia.

Bento foi à alfândega quando soube da apreensão das joias e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Um dos argumentos usados pelo então ministro foi de que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.

Receita não liberou joias trazidas ao Brasil pelo governo BolsonaroReprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Joias doadas a Michelle Bolsonaro teriam sido trazidas ilegalmente ao Brasil

No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.

O governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.

Em uma quarta movimentação para reaver os objetos, feita a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” (trata-se de Jairo da Silva, sargento da Marinha) e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.

Bolsonaro chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal, solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

*Com informações do site Metrópoles

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