O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, nesta terça-feira (16/5). O inquérito é referente ao suposto esquema de falsificação no cartão de vacina. Ele chegou no local por volta das 13h30 e começou a ser ouvido às 14h. A oitiva terminou às 17h55.
Em uma das perguntas, o ex-chefe do Executivo foi questionado sobre conversas recolhidas no celular de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e dele próprio, que foram apreendidos na Operação Venire, da Polícia Federal, no Distrito Federal. Bolsonaro negou qualquer envolvimento com irregularidades.
A investigação principal aponta para uma possível adulteração do comprovante vacinal na plataforma do Ministério da Saúde. A PF quer saber também se o esquema beneficiou o próprio. No total, Jair Bolsonaro respondeu a 60 perguntas e não se recusou a abordar nenhum assunto colocado pelos investigadores.
A Polícia Federal tinha como objetivo saber do ex-presidente se ele tinha conhecimento do esquema e se partiu dele a ordem de acesso ao sistema do ConectSUS, do Ministério da Saúde, onde foram inseridos dados sobre vacinação contra a covid-19 nos cartões.
À época, a apresentação desse documento na alfândega americana era uma exigência para a maioria das pessoas. Em 3 de maio, a PF fez buscas na casa de Bolsonaro, em Brasília, na tentativa de encontrar provas de envolvimento do ex-presidente no esquema. Seis pessoas foram presas. Entre elas, o coronel Mauro Cid e outros ex-assessores de Bolsonaro enquanto presidente da República.
O que a PF investiga?
A PF investiga se Bolsonaro tinha conhecimento do esquema e se partiu dele a ordem de acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde os dados sobre a vacinação contra a covid-19 foram inseridos e depois retirados.
No dia 3 de maio, a Polícia Federal realizou buscas na casa do ex-presidente, em Brasília, para encontrar evidências do envolvimento de Bolsonaro no esquema. O celular dele foi apreendido pelas autoridades. No mesmo dia, ele falou à imprensa e afirmou que não se vacinou contra a covid-19, e que os cartões de vacinação dele e da filha não foram adulterados. Ele se negou a depor à PF no dia da operação alegando que sua defesa precisava ter acesso à investigação, por isso, o depoimento foi marcado para esta terça-feira.
Prisões
Durante a operação deflagrada pela Polícia Federal, seis suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes foram presos. Entre eles, o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid teria inserido informações falsas no ConectSUS para conseguir vantagens ilícitas e emitir certificados falsos de vacinação contra a covid-19 para ele, a esposa e as três filhas.
Os dados de vacinação do ex-presidente foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde em Duque de Caxias, mesma cidade onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa, segundo a PF.
Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal que emprestou a senha para o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Brecha também foi preso durante a operação de 3 de maio.
Foto: Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
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