Manaus (AM) – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou propostas para combater o desmatamento que desagradaram parlamentares do Amazonas, nesta quarta-feira (24), na audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), na Câmara dos Deputados . Marina Silva não garantiu planos para o avanço das obras na BR-319.
O deputado federal, Amom Mandel (Cidadania), questionou a ministra durante audiência, sobre a proposta da atual gestão do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para combater o desmatamento, que simultaneamente deveria trabalhar com o avanço a BR-319.
![](https://emtempo.com.br/wp-content/uploads/2023/05/WhatsApp-Image-2023-05-24-at-13.58.27-1024x710.jpeg)
“Como essas estratégias se conectam com as tentativas de conclusão do asfaltamento da BR-319? O asfaltamento pode resultar na alta do desmatamento, mas o abandono da estrada não pode servir como uma política de combate ao desmatamento. Como o Ministério do Meio ambiente pretende atuar em conjunto para intensificar o combate ao desmatamento e os investimentos nesse caso?”,
questionou o deputado.
Há anos, a BR-319 está envolta de embates ambientais, ocasionando em atrasos no progresso das obras de recuperação de trechos da rodovia, dificultando o trânsito de milhares de pessoas de todo o País que precisam percorrer a estrada para se deslocar entre os estados do Amazonas e de Rondônia.
Em resposta ao deputado do Amazonas, Marina Silva (Rede) fez declarações sobre a complexidade do assunto, mas não abordou quais estratégias que o Governo Federal, por meio do Ministério de Meio Ambiente, irá seguir para garantir o desenvolvimento das obras e a intensificação do combate ao desmatamento de forma prática.
“Se fosse um processo fácil, é possível que já tivesse sido feito. Começando pela avaliação dos técnicos do IBAMA sem que eles tenham que ser pressionados para A ou para B e respeitada a sua posição técnica.[…] É um empreendimento de alta complexidade”, afirmou.
Autoridades da região Norte e grupos políticos consideraram que Marina Silva, era responsável por muitas das dificuldades de conclusão das obras.
Na resposta à Amom Mandel, Marina Silva apresentou dados positivos da sua gestão como forma de contornar a tensão, afirmando que houve uma queda de 40% no desmatamento na região amazônica no primeiro quadrimestre deste ano. Porém, segundo dados fornecidos pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) o percentual de queda foi de apenas 36%, em comparação ao mesmo período em 2022.
![](https://emtempo.com.br/wp-content/uploads/2023/05/WhatsApp-Image-2023-05-24-at-10.14.30-e1684939590293.jpeg)
Em janeiro deste ano, o assunto sobre a revitalização da BR-319 foi apresentado pelo Governo Federal em conjunto com o Governo do Estado do Amazonas. O tema também virou pauta durante a Sessão Plenária na Câmara Municipal de Manaus (CMM), na terça-feira (23).
O vereador Sassá da Construção Civil (PT), único participante do partido dos trabalhadores na CMM, fez severos apontamentos referentes a gestora do Ministério de Meio Ambiente.
“Ela não entende nada de meio ambiente. Nossa BR tem que sair sim, porque existem maneiras da gente não prejudicar o meio ambiente”, declarou.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) fez a liberação da licença prévia para a reconstrução de parte da rodovia, em agosto de 2022. Porém em março deste ano, Marina Silva em visita em Manaus, afirmou ser necessário revisitar o processo para conceder a autorização para pavimentar as rodovias.
Em declaração, Sassá afirmou que sempre esteve a favor das reformas na rodovia, mesmo em governos anteriores, pois considera a obra um avanço para o Amazonas.
“Em todos os governos anteriores eu sempre fui a favor da BR-319 e não é diferente no governo Lula, porque é uma rodovia que vai fazer o Amazonas avançar. Então se tiver de escolher entre briga de partido, tendências, seja lá o que for, eu fico com o meu povo do Amazonas”, disse.
Leia mais:
Marina Silva recebe alta hospitalar após tratar da covid-19
Parintinense é nomeado por Marina Silva como superintendente substituto do Ibama
Socorro da Petrobras levaria 43 horas em caso de vazamento na foz do Amazonas, diz Ibama