Manaus (AM) – Rita Lee já cantava em um dos seus maiores sucessos, “amor é para sempre, sexo também”. O clássico do rock, de 2003, reflete justamente a normalidade e naturalidade do sexo durante a vida. Conforme o doutor Sebastião Nascimento, psicólogo e sexólogo, o sexo é necessário para uma vida saudável, longeva e, claro, prazerosa.
“A pessoa com a vida sexual ativa ela é mais saudável. Até aconselho, às vezes as pessoas chegam em casa do trabalho, cansadas e dispensam o sexo, mas se ela tomar um bom banho e ter uma boa relação [sexual], é óbvio que o sono se torna até melhor, tem mais qualidade, porque o sexo libera melatonina, o hormônio do sono e ajuda à noite. Então, de fato, as pessoas que praticam sexo com regularidade, com segurança, com amor, elas costumam, sim, ser pessoas mais felizes”,
comenta o doutor.
Nascimento comenta alguns benefícios do sexo para a saúde. O primeiro dele é a proteção cardiovascular, o coração fica mais forte para o dia a dia. Outros benefícios são: a queda do estresse, a longevidade, o auxílio na perda de peso, a melhora na hora de dormir, no tom de pele, além de fatores ligados ao relacionamento amoroso e a saúde sanguínea.
“O primeiro benefício do sexo é a melhora do sistema cardiovascular, o qual é de suma importância. Há ainda a questão de longevidade, as pessoas que praticam sexo regularmente elas tendem a ter mais longevidade. Isso é fato. A questão de humor, melhora o humor, melhora o tom da pele, melhora os hormônios, intensifica a serotonina e ocitocina, os hormônios do amor. Intensifica a testosterona, sendo um hormônio de suma importância tanto para homens quanto para mulheres no quesito de força. Outro fator de grande importância no quesito sexual é a união do casal e a purificação sanguínea, além de contribuir para o emagrecimento. Esses são alguns fatores de suma importância de uma vida sexual satisfatória”,
explica.
Para aqueles que se preocupam, o médico conta não haver uma média de quantas vezes por semana é necessário fazer sexo para ter os benefícios da prática. “Não existe uma média certa de quantidade de fazer sexo por semana. Mas, estima-se que no ápice da reprodução, a gente está falando aí de pessoas entre 18, 30, 35 anos, é normal que tenha três ou até mais relações por semana. De certa forma, se esse relacionamento tiver coeso, é saudável. Inclusive, cientificamente comprovado, o brasileiro é povo que mais prática sexo no mundo. ”
Tipos de relações sexuais
Conforme o sexólogo, existe cinco práticas ligadas ao sexo. A primeira é a relação sexual que envolve o pagamento, “cujo objetivo é apenas satisfação fisiológica”. O outro é a interação sexual ou sexo sem compromisso, “você conhece alguém e, por algum motivo, teve uma interação sexual com essa pessoa, mas não é nada de suma relevância”.
Há também o comportamento sexual que envolve a atividade sexual não consentida, “é um sexo que não é prazeroso, é estupro, pedofilia, sexo sem consentimento, chama-se comportamento”.
Já o sexo com completude, é quando no momento do ato sexual um esteve totalmente bem e tranquilo, e o outro intermitente, não teve um ápice, mas esteve contente de ter participado do prazer do outro. De acordo com Nascimento, o mais importante, de grande valia, é o sexo com plenitude, “alcança a plenitude no sexo significa que a pessoa termina o ato, estar bem fisicamente e psicologicamente”.
O especialista diz que não é necessário atingir o orgasmo para considerar o sexo como satisfatório. “Independente de ocorrer um orgasmo ou não, o casal pode, sim, ter uma interação, um ato sexual, totalmente prazeroso e não estar preocupado com o orgasmo, classificamos esse momento como com sexo com plenitude.”
Sexo na terceira idade
Nascimento desenvolveu uma técnica para melhorar a vida sexual de pessoas mais velhas.
“Para as pessoas mais velhas uma dica muito importante é praticar ‘intermitência sexual’. O que seria a intermitência sexual? É você na hora do ato fugir do orgasmo por um dia ou por dois dias e deixar para ter o orgasmo no terceiro dia. Então, neste terceiro dia é óbvio vai estar intenso, o orgasmo é mais intenso, o desejo é mais intenso. Então, tudo melhora. É uma técnica que desenvolvi, tem até no meu livro, desenvolvi há um tempo. Então, funciona muito bem”,
diz.
Dica para melhorar o sexo
Pode parecer uma dica óbvia, mas o médico conta que algo que pode melhorar muito a prática sexual é o namoro. Segundo o sexólogo, um relacionamento amoroso duradouro leva o casal a se conhecer melhor e entender o que o outro gosta.
“Uma técnica bem interessante para melhorar o sexo é manter a questão do namoro. Muitas pessoas falam para mim, ‘ah depois de 5,7 anos o sexo não tem mais importância, como feijão com arroz’. Não é verdade, sexo é comportamento aprendido, então, se você mantém aquele vício de namoro, criando certas barreiras conscientes, o sexo se torna mais importante, mais prazeroso”,
afirma.
Tabus
Mesmo com avanços, pesquisas e estudos, Nascimento aponta que ainda há muitos tabus e preconceitos quando o assunto é sexo.
“Há, sim, muito tabu com relação ao sexo, até porque sexo é comportamento aprendido e nada está teoricamente resolvido. Ainda se estuda, estudamos muito sobre a sexualidade, desenvolvemos novas técnicas. A maioria das pessoas não se conhece, então existem muitos tabus. Por isso que nós, como sexólogos, estamos sempre abertos a atender as demandas possíveis para estar auxiliando as pessoas a desmistificar alguns conceitos errôneos com relação ao sexo”,
pontua.
Por fim, o Sebastião recomenda a leitura do livro “A Filosofia do Meu Existir”, sucesso no Brasil, lançado em agosto de 2022, para tirar dúvidas sobre a vida sexual. Mais dúvida sobre sexo podem ser tiradas com o sexólogo e psicólogo no Instagram sebastião.sexólogo outras informações no site https://www.sebastiao-nascimento.com/
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