O deputado amazonense George Lins, autor do projeto de lei que implementa a educação financeira nas escolas da rede pública estadual, foi o convidado da semana para o podcast do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM). No programa, disponível nas redes sociais da entidade, o parlamentar conta sobre as suas motivações para a criação do projeto e a importância do profissional da Economia para ministrar as aulas.
“A ideia surgiu desde o momento em que eu, lá atrás, senti essa dificuldade. Porque eu, como qualquer pessoa, não tive educação financeira nas escolas. Eu precisei ir atrás de conhecimento, para que eu pudesse, hoje, ter uma vida financeira mais estabilizada e, portanto, com base nessa dificuldade que eu enfrentei, é que eu hoje, como deputado estadual, penso que as nossas crianças, que serão os adultos do futuro, poderão ter um cenário bem diferente daquele que eu tive”,
explica o deputado.
Desde 2017, a educação financeira já está na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A BNCC é o documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. No entanto, a educação financeira instituída pela BNCC é apenas de caráter transversal, sem disciplina própria para o ensino.
“Você imagina: professor de história vai falar sobre política monetária, o professor de sociologia vai falar sobre relação de consumo, professor de matemática vai falar sobre matemática financeira… Como é que o aluno vai conseguir contextualizar todo o aprendizado de forma que ele consiga aplicar isso na prática? É essa fragmentação do conteúdo que eu faço crítica. Nosso projeto é como se fosse uma matéria de educação financeira no contraturno escolar, porque é até inconstitucional a gente querer implementar um projeto que possa interferir na grade curricular das escolas, então a ideia é no contraturno, uma matéria extracurricular”,
ressalta George Lins.
O projeto de lei 258/23 determina a existência de quatro módulos curriculares: matemática financeira, taxa de juros e inflação; relações de consumo; planejamento orçamentário individual e familiar; aplicações financeiras, empreendedorismo e economia criativa. O projeto estabelece ainda que a matéria será desenvolvida e aplicada, por meio de cooperação entre a Secretaria de Educação e Desporto (Seduc) e o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam).
“A Seduc entraria com estrutura e cronograma, e o Cetam entraria com corpo técnico. Há quem diga que vai ter custo para o Estado, mas não, se a Seduc tem a estrutura, tem o local para que essas aulas sejam ministradas, então não teria prejuízo”,
afirma o parlamentar.
O deputado George Lins demonstra apoio à proposta dos conselheiros do Corecon-AM para que as aulas de educação financeira sejam ministradas com exclusividade por economistas, tendo em vista a formação técnica qualificada destes profissionais.
“Eu sou entusiasta da ideia de que os professores que deveriam ministrar esse curso de educação financeira nas escolas teriam que ser economistas. […] Eu quero deixar claro para toda a classe de economistas do Amazonas que eu apoio essa iniciativa, acho importante termos pessoas qualificadas como vocês para ministrar um curso tão importante que vai impactar tão positivamente na vida dos jovens, que hoje são jovens, mas que lá na frente serão os adultos que vão construir o Amazonas”,
pontua.
Para o economista Marcus Evangelista, presidente do Corecon-AM, a proposta apresentada demonstra que o projeto, caso implementado, trará grandes benefícios para a vida dos jovens estudantes e para as suas respectivas famílias.
“Se o projeto for aprovado de fato, vai causar um impacto muito grande na vida das pessoas, porque é justamente isso o que falta, as pessoas não têm noções financeiras, e aquela pequena criança se torna um adulto endividado porque não tem o conhecimento”,
afirma.
O economista Judah Torres, conselheiro do Corecon-AM, concorda que a divisão dos módulos curriculares apresentada pelo deputado reflete em uma formação completa sobre educação financeira.
“Como economista eu lhe falo, ao meu ver, a educação financeira vai ser completa para o estudante, porque os módulos estão muito bem divididos e estão muito bem acertados. Se a gente de fato conseguir implementar a totalidade do seu projeto de lei, sem dúvidas isso trará muito impacto, e digo mais, isso com certeza deve ser levado para o ensino particular também”,
afirma.
O projeto de lei foi aprovado no dia 6 de junho pelos deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas e aguarda sanção do governador Wilson Lima.
*Com informações da assessoria
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