Esta semana o planeta Terra viu a temperatura global mais quente já registrada, de acordo com dados dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA.
Na segunda-feira (3), a temperatura média global atingiu 17,01 graus Celsius, a mais alta desde o início dos registros. Na terça-feira (4), subiu ainda mais, chegando a 17,18 graus Celsius. O recorde anterior de 16,92 graus Celsius foi estabelecido em agosto de 2016.
Especialistas alertam que o recorde pode ser quebrado várias vezes este ano. Robert Rohde, principal cientista da Berkeley Earth, disse em um post no Twitter na terça-feira que o mundo “pode muito bem ter alguns dias ainda mais quentes nas próximas seis semanas”.
Este recorde global é preliminar, mas é outra indicação de quão rápido o mundo está esquentando, já que a chegada do fenômeno climático natural El Niño, que tem um efeito de aquecimento, se soma ao aquecimento global causado pelas mudanças climáticas.
“Não é um recorde para comemorar e não será um recorde por muito tempo, com o verão do hemisfério norte ainda à frente e o El Niño se desenvolvendo”, disse Friederike Otto, professor sênior de ciência do clima no Grantham Institute for Climate Change and the Environment. no Reino Unido.
Nos Estados Unidos, o Texas e o Sul sofreram uma onda de calor brutal no final de junho, com temperaturas de três dígitos em Fahrenheit e umidade extrema. As altas temperaturas no México mataram ao menos 112 pessoas desde março.
Uma forte onda de calor na Índia matou ao menos 44 pessoas em todo o estado de Bihar. A China também experimentou várias ondas de calor intensas e registrou o maior número de dias quentes – onde a temperatura máxima diária ultrapassou 35 graus Celsius – durante um período de seis meses desde o início dos registros.
O Reino Unido registrou o junho mais quente desde que os registros começaram em 1884, de acordo com o serviço meteorológico nacional do país, o Met Office. A temperatura média do mês foi de 15,8 graus, quebrando o recorde anterior em 0,9 grau.
“Juntamente com a variabilidade natural, o aquecimento de fundo da atmosfera da Terra devido à mudança climática induzida pelo homem aumentou a possibilidade de atingir altas temperaturas recordes”,
disse Paul Davies, pesquisador principal de extremos climáticos do Met Office e meteorologista-chefe, em um comunicado.
À medida que a crise climática se intensifica, os cientistas têm certeza de que ondas de calor recordes devem se tornar mais frequentes e mais severas.
O novo recorde de temperatura média global é outro alerta, disse Otto.
“Isso apenas mostra que temos que parar de queimar combustíveis fósseis, não em décadas, agora. Este dia é apenas um número, mas para muitas pessoas e ecossistemas é uma perda de vidas e meios de subsistência.”
*Com informações da CNN Brasil
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