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Guerra da Ucrânia

Biden diz que guerra da Rússia deve acabar antes de a Otan considerar entrada da Ucrânia na organização

Possibilidade de ingresso dos ucranianos no grupo foi utilizada como argumento para os russos invadirem o país vizinho em fevereiro de 2022

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; Foto: REUTERS/Leah Millis

O presidente dos Estados UnidosJoe Biden, afirmou, em entrevista exclusiva, que a guerra da Rússia na Ucrânia deve terminar antes que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) considere a entrada da Ucrânia no grupo.

Para o mandatário, a Ucrânia ainda não está pronta para ingressar na organização.

Biden disse que, embora a discussão sobre a adesão iminente da Ucrânia à Otan seja prematura, os EUA e seus aliados no grupo continuarão a fornecer ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e suas forças a segurança e o armamento de que precisam para tentar acabar com a guerra com a Rússia.

Biden foi entrevistado antes de sua viagem de uma semana à Europa, na qual deve participar de uma cúpula da Otan na Lituânia. No encontro, a guerra e a pressão de Zelensky pela adesão da Ucrânia à organização deverão estar entre as principais questões a serem discutidas.

“Não acho que haja unanimidade na Otan sobre trazer ou não a Ucrânia para a família da Otan agora, neste momento, no meio de uma guerra”, disse Biden.

“Por exemplo, se fizermos isso, então – estou falando isso mesmo – estamos determinados a nos comprometer com cada centímetro do território da Otan. É um compromisso que todos nós assumimos, não importa qual [país]. Se a guerra está acontecendo [com um membro da Otan], então estamos todos [os membros] em guerra. Estamos em guerra com a Rússia, se for esse o caso”.

Biden falou que conversou longamente com Zelensky sobre o assunto, tendo dito ao presidente ucraniano que os EUA continuariam fornecendo segurança e armamento para a Ucrânia como fazem para Israel.

“Acho que temos que traçar um caminho racional para que a Ucrânia possa se qualificar para poder entrar na Otan”, disse Biden, observando que recusou as exigências do presidente russo, Vladimir Putin, antes da guerra de um compromisso de não admitir a Ucrânia porque a aliança tem “uma política de portas abertas”.

“Mas acho que é prematuro dizer, pedir votos [dos países-membro da Otan pela entrada da Ucrânia] agora, sabe, porque há outras qualificações que precisam ser atendidas, incluindo a democratização e outras questões desse tipo”,

disse Biden.

Na sexta-feira (7), a Casa Branca anunciou que os EUA estavam enviando bombas de fragmentação para a Ucrânia pela primeira vez, uma medida tomada para ajudar a reforçar a munição da Ucrânia enquanto monta uma contra-ofensiva contra a Rússia.

Biden disse que foi uma “decisão difícil” dar à Ucrânia a polêmica munição, mas que estava convencido de que era necessário porque a Ucrânia estava ficando sem munição.

A cúpula da Otan na Lituânia também ocorrerá no momento em que a Suécia está tentando se juntar à aliança ocidental, um movimento que enfrentou resistência da Turquia e da Hungria.

Biden disse que estava otimista de que a Suécia acabaria sendo admitida na Otan, observando que a Turquia está tentando modernizar sua frota de F-16, junto com a Grécia, que votou pela admissão da Suécia.

“A Turquia está procurando modernização de aeronaves F-16. E [o primeiro-ministro grego Kyriákos] Mitsotákis na Grécia também está procurando ajuda”, disse Biden. “E então, o que estou tentando, francamente, montar é algo como um consórcio aqui, onde estamos fortalecendo a Otan em termos de capacidade militar, tanto da Grécia quanto da Turquia, e permitir que a Suécia entre… Mas está em negociação. Não está decidido ainda”

Na longa entrevista, Biden também falou sobre outros desafios importantes da política externa, incluindo China, Arábia Saudita e Israel.

O presidente norte-americano disse estar certo de que o presidente chinês, Xi Jinping, deseja substituir os EUA como o país com a maior economia e capacidade militar do mundo, mas afirmou acreditar que os EUA podem ter uma relação com Pequim.

“Acho que há uma maneira de resolver, de estabelecer uma relação com a China que beneficie a eles e a nós”, disse Biden.

“E a última coisa que vou dizer, eu liguei para ele [Xi Jinping] depois que ele teve aquela reunião com os russos sobre esse novo relacionamento, etc. E eu disse: ‘Isso não é uma ameaça. É uma observação’. Eu disse: ‘Desde que a Rússia entrou na Ucrânia, 600 corporações americanas saíram da Rússia. E você me disse que sua economia depende de investimentos da Europa e dos Estados Unidos. Então, tenha cuidado. Tenha cuidado’”.

Biden disse que Xi Jinping não discutiu com ele durante o telefonema e observou que a China “não foi totalmente contra a Rússia”.

Ele fala sobre a guerra nuclear ser um desastre, está aí algo de que precisamos nos assegurar”, disse Biden sobre o líder chinês. “Acho que há uma maneira de resolvermos isso”.

Questionado se convidaria o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca, Biden disse que o presidente de Israel, Isaac Herzog, chegaria em breve à Casa Branca para uma visita.

Em março, Biden criticou Netanyahu por seu plano, agora descartado, de reformar o judiciário do país, uma rara instância pública em que os dois aliados estavam publicamente em desacordo.

Biden disse ainda que continua acreditando que uma solução de dois Estados é o caminho correto no conflito entre Israel e os palestinos.

Ele criticou alguns membros do gabinete de Netanyahu por suas opiniões sobre os assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Biden também defendeu sua viagem à Arábia Saudita no ano passado, dizendo que várias coisas boas surgiram dessa visita, como o estabelecimento de sobrevoos israelenses sobre a Arábia Saudita.

Questionado se os EUA forneceriam aos sauditas um tratado de defesa e capacidade nuclear civil, como Riad solicitou, Biden disse:

“Estamos muito longe disso”. “Se forneceremos ou não um meio pelo qual eles possam ter energia nuclear civil e garantir sua segurança – acho que isso está um pouco distante”, disse Biden.

*Com informações da CNN Brasil

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