Manaus (AM) – Apesar de ser um câncer raro, nos últimos 14 anos as amputações por câncer de pênis aumentaram cerca de 1.400% no Brasil, sendo as regiões Norte e Nordeste do país os locais que apresentam as maiores taxas da doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia. Conforme especialista, uma das principais razões para o aparecimento do câncer é a má higienização do pênis.
O ápice do agravamento da doença é a amputação do pênis, cirurgia que já foi realizada por cerca de 7.213 pessoas desde 2008 no Brasil, um crescimento de 1.400%.
De acordo com o urologista Flavio Antunes, os registros apontam a prevalência do câncer de pênis em homens com idades entre 45 e 50 anos. O profissional também afirma que o câncer é mais comum em países mais pobres, onde o acesso a água e outros produtos de higiene é mais difícil.
Além disso, Flávio ressalta o surgimento da doença em consequência de outros fatores, como infecção por vírus e a falta do uso de preservativos durante a relação sexual.
“Homens que possuem fimose, onde a pele que encobre a glande dificulta a higienização, ou possuem o HPV, podem desenvolver o câncer de pênis. Outro fator de risco é a prática sexual com diferentes parceiros sem o uso de preservativo”, disse Antunes.
Pesquisa amazonense
A infecção pelo Papiloma Vírus (HPV) também é um potencial indutor para o surgimento de câncer de pênis. Segundo a pesquisa “Caracterização epidemiológica dos pacientes portadores do câncer de pênis e o envolvimento dos vírus oncogênicos”, realizada por estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em parceria com a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), 80% da população do Amazonas ocidental manifesta infecção por hepatite B.
Nesse sentido, conforme o estudo, a infecção por vírus diminui a resposta imune e potencializa doenças como HPV e, como consequência, a incidência do câncer de pênis.
Para o urologista, muitas pessoas negligenciam a doença por não saberem sobre a possibilidade do surgimento de um tumor no pênis. Assim, a desinformação impossibilita o melhor tratamento para a doença.
“Quando diagnosticada em estágio inicial, as chances de cura são elevadas, mas muitos pacientes demoram a procurar ajuda”, afirma Antunes.
O passo inicial para o diagnóstico da doença é a retirada de uma parte da lesão, a qual passará por uma análise. Assim que a presença do tumor é confirmada, o médico passará o tratamento que vai variar conforme o grau de desenvolvimento do câncer.
Prevenção
Conforme o urologista Flavio Antunes, as medidas preventivas contra o câncer de pênis iniciam com a limpeza do órgão diariamente. Também orienta o uso da camisinha e a higienização após uma relação sexual e masturbação, além da realização da vacinação contra o HPV.
“O câncer de pênis pode ser prevenido com medidas relativamente simples, como a higienização adequada. No entanto, se você encontrar feridas que não cicatrizam, nódulos, secreções saindo do prepúcio, uma área vermelha endurecida, sangramentos vindos da glande e coceiras, é melhor procurar imediatamente o urologista. A detecção precoce faz com que o profissional encontre o tumor numa fase inicial e, assim, possibilita maior chance de um tratamento bem-sucedido”, finalizou.
Edição: Leonardo Sena
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