Manaus (AM) – O delegado Ricardo Cunha, responsável pela investigação do Caso Débora, durante coletiva nesta quarta-feira (9), informou que a esposa de Gil Romero Machado Batista, Ana Julia Ribeiro, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, após suspeita de envolvimento na fuga do marido após cometer o crime de assassinato da jovem Débora da Silva Alves, 18 anos, que estava grávida de oito meses. A coletiva ocorreu, nesta quarta-feira (09), no Prédio da Delegacia Geral (DG), avenida Pedro Teixeira, zona centro-oeste.
A ação foi parte de uma operação conjunta entre as polícias civis do Amazonas e Pará, na noite de terça-feira (08), por volta das 22h.
Durante a coletiva, o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), afirmou que a esposa de Gil Romero, Ana Julia Ribeiro, segue foragida da polícia, por não colaborar com as investigações.
“Entendemos que ela precisa sim ser encarcerada para responder perguntas que devem ser questionadas. Atualmente ela é uma pessoa foragida, vamos aproveitar o espaço também para pedir ajuda novamente pra população, pra que a gente capture essa moça é consiga definir a participação da mesma nesse crime. No mínimo ela foi conivente, a mesma não quis colaborar com as investigações e tem que informar pra gente o porquê desse sumiço”
, declarou.
A prisão foi efetuada pela equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e policiais civis da PC-PA, no município de Curuá, região oeste do Pará.
A delegada Débora Barreiros, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), declarou que Gil Romero teria afirmado ter pago 500 reais, para dar um “corretivo” em Débora.
“Gil Romero chegou a dar a sua versão de que na verdade ele de fato pegou a jovem para tentar tratar sobre o assunto da paternidade dele. Ele isse pra ela que realmente iria comprar o berço da criança. Então, levou a jovem pra dentro da usina onde eles estavam trabalhando e no local deixou ela sob os cuidados do José Nilson, que já foi preso.
No depoimento, Gil afirmou que José Nilson estava acompanhado de outra pessoa, ainda não identificada pela polícia, e ambos ficaram escondidos e sozinhos durante 3 horas com a jovem, após a chegada do inspetor do galpão.
“Ele (Gil Romero) conta que esse inspetor ficou na usina fazendo uma ronda junto a ele e aos outros vigilantes por cerca de três horas e quando ele retornou ao galpão essa jovem já estaria morta e essa morte seria acontecido sob José Nilson e esse terceiro elemento.
Naquele momento se desesperou, mas disse pra que eles dessem um jeito naquela situação, porque segundo Gil, a ordem pro José Nilson, Neguinho, era que eles dessem um corretivo na jovem, para assim ela parasse de dizer que estava com ele, porque ele era um homem casado. Gil Romero disse ainda que pagou por esse corretivo a quantia de quinhentos reais”
, afirmou.
Relembre o Caso:
Débora desapareceu no dia 29 de julho, pois iria encontrar com Gil Romero, pai de seu filho Arthur. Segundo familiares, o pai da criança convidou a jovem para entrar no veículo em que estava, com a justificativa que iria ajudar com o enxoval do bebê.
A jovem foi assassinada asfixiada e teve o corpo queimado dentro de um camburão abandonado nas imediações de uma usina abandonada no Jardim Mauá, na Zona Leste de Manaus e teve seu corpo encontrado no dia 03 de agosto.
O principal suspeito do crime é o pai do filho que ela estava esperando, Gil Romero. Um suspeito de ter participado da morte, identificado como José Nilson Bezerra, foi preso na última quinta-feira (3), em um bar que é de propriedade de Gil Romero, localizado na Zona Leste de Manaus.
A Polícia Civil conta que José confessou ter participado da morte de Débora. Ele contou que foi coagido por Gil para esconder o corpo da jovem.
Após ouvir o primeiro depoimento de Gil Romero Batista, o delegado Victor Cohen da Polícia Civil do Pará relatou que torce para que o bebê da vítima esteja vivo, porém não acredita nessa possibilidade.
Durante uma coletiva de imprensa no Pará, nesta quarta-feira (9), o delgado informou que Gil Romero confessou ter matado a jovem e revelou que teve ajuda de outras duas pessoas.
“O suspeito sempre esteve ciente que Débora estava grávida, mas não quis dar mais detalhes e disse que não sabia o paradeiro da criança. A linha de investigação também será objetiva para identificar o paradeiro da criança, se ela também foi vítima desse crime bárbaro ou se ela, por ventura, esteja viva. Mas admito ser uma linha muito tênue e não acreditamos nessa possibilidade”
, disse Victor Cohen.
O delegado acrescentou que Gil confirmou a participação de mais duas pessoas no crime, mas que os nomes dos suspeitos não serão revelados.
“O preso Gil Romero confessou sua participação no crime praticado e que estava na ocasião juntamente com mais dois indivíduos. Eu não posso indicar nomes para não prejudicar as investigações”
, afirmou.
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