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ONS diz que apagão foi provocado por “separação elétrica”

Apagão começou a ser registrado nos sistemas do ONS às 8h31, horário de Brasília, quando foi interrompido o aumento da carga do sistema elétrico

A queda de energia começou a ser registrado nos sistemas às 8h31; em dez minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caiu 25,9% Crédito: DIRCEU PORTUGAL/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A manhã desta terça-feira (15) foi marcada por um apagão que afetou todas as regiões brasileiras a partir de exatamente 8h31, segundo os registros do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o ONS, a ocorrência desta terça provocou a “separação elétrica” das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste.

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que, até às 12h30, já foram restabelecidas 85% das cargas afetadas no Nordeste e 41% no Norte. Todas as capitais da região Nordeste já tiveram o suprimento de energia normalizado, segundo o MME.  A situação já foi normalizada nos locais afetados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste também.

Como o apagão aconteceu?

O apagão começou a ser registrado nos sistemas do ONS exatamente às 8h31 no horário de Brasília – quando foi interrompido o tradicional aumento da carga do sistema elétrico. Em dez minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caiu 25,9%.

Dados que mede o SIN do ONS mostram que o Brasil registrava 73.484,7 MW às 8h30 no horário de Brasília em trajetória de alta – exatamente como acontece todas as manhãs. Mas, no minuto seguinte, às 8h31, a carga do sistema cai repentinamente cerca de 7%.

A perda de carga continua nos minutos seguintes até às 8h40, quando o sistema registra a menor carga do dia, de 54.383,7 MW. Os dados do SIN mostram que houve, em dez minutos, perda de carga de mais de um quarto da energia do sistema. A partir das 8h41, a carga volta a subir gradativamente.

Segundo o analista de Economia, Fernando Nakagawa, o Norte foi a região que mais sofreu com o apagão, com uma queda de 83,8% da carga em pouco mais de dez minutos.

O que provocou o apagão?

De acordo com o ONS, às 08h31 desta terça-feira, houve uma “ocorrência” – termo utilizado pela entidade para definir qualquer evento ou ação que leve o Sistema Interligado Nacional (SIN) a operar fora de suas condições normais.

O SIN é um sistema de grande porte que interconecta, em uma malha de transmissão, a energia elétrica gerada em usinas hidrelétricas, termelétricas e eólicas no país. O ONS é a entidade responsável por coordenar e controlar as operações do SIN.

Esse sistema é formado por quatro “subsistemas” divididos pelas regiões do Brasil: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte. O estado de Roraima é o único ainda desconectado do SIN.

Segundo o ONS, a ocorrência às 08h31 desta terça provocou a “separação elétrica” das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste.

Isso levou à “abertura das interligações entre essas regiões”. A “interligação elétrica” é como o ONS chama o conjunto de linhas de transmissão que conecta duas ou mais áreas do sistema.

Falha em Imperatriz/MA dividiu país ao meio

O diretor editorial Daniel Rittner, apurou com técnicos do setor elétrico que a falha na interligação aconteceu em um circuito perto de Imperatriz, no Maranhão – uma falha que, na prática, dividiu o país ao meio.

No momento da ocorrência, a região Norte/Nordeste enviava grandes quantidades de energia para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Com a interligação comprometida, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste não gerava energia suficiente para atender toda a demanda, então houve acionamento do chamado ERAC — Esquema Regional de Alívio de Carga.

Esse mecanismo, previsto nas operações do sistema elétrico, derruba automaticamente o fornecimento de energia em algumas localidades a fim de minimizar os efeitos da perda de energia.

E apesar dos subsistemas de Norte e Nordeste estarem “exportando” energia no momento da falha, não foi possível manter a continuidade das operações nessas regiões, porque era preciso desligar turbinas de usinas hidrelétricas para impedir uma sobrecarga no sistema, que também derrubaria as redes.

“Houve pelo menos 16 mil MW de interrupção de energia. O Operador, assim que identificou a situação, iniciou ação conjunta com os agentes para restabelecer a energia nas regiões”,

disse o ONS.

Retomada das cargas afetadas

O ONS afirmou que as causas da ocorrência – ou seja, o que provocou essa falha nas interligações dos subsistemas Norte e Nordeste com o Sul e Sudeste/Centro-Oeste – ainda estão sendo apuradas.

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que a investigação da causa da perda de carga no sistema será feita após a normalização completa dos locais afetados – o que deve ocorrer “em poucas horas”.

Alckmin afirmou que a falta de energia pode ter sido consequência de uma falha em uma subestação de transmissão de energia na cidade de Imperatriz (MA).

Estamos com um problema em Imperatriz, no Maranhão, mas já estão debruçados sobre o problema”, sinalizou.

O Ministério de Minas e Energia informou que, até as 12h30 desta terça-feira (15), foram restabelecidas 85% das cargas afetadas no Nordeste e 41% no Norte, após o apagão que atingiu todas as regiões brasileiras.

Todas as capitais da região Nordeste já tiveram o suprimento de energia normalizado, segundo a pasta. A situação já foi normalizada nos locais afetados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, diz o governo. 

*Com informações da CNN Brasil

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