Manaus (AM) – A Amazônia é um tesouro de recursos naturais, por isso, a moda sustentável se apresenta como um campo promissor para novos empreendedores. A avaliação é do coordenador do curso de Design de Moda da Faculdade Santa Teresa, Cidarta Gautama. Ele diz que a rica biodiversidade, os recursos naturais e culturais da região, podem ser aproveitados pelos criadores, no desenvolvimento de itens originais e alinhados com a preservação.
Segundo Gautama, embora sejam inúmeras as oportunidades, é indispensável o uso de meios e técnicas que primem pelo uso sustentável dos recursos. Ele ressalta que o mercado de moda tem passado por um momento de grandes mudanças, impulsionado, principalmente, pela mudança de mentalidade do consumidor, que anseia por produtos mais sustentáveis.
“O mercado de luxo, que se caracteriza pelo desejo de consumidores por grandes marcas, tem notado um certo redirecionamento para o desenvolvimento de produtos que atendam aos anseios de novos clientes mais conscientes. Embora ainda parte de uma sociedade demandante de altíssimo consumo, são clientes que possuem alta capacidade crítica e um direcionamento ético e moral, em relação às questões de responsabilidade social e ambiental das marcas que produzem moda”,
destaca.
De acordo com Cidarta Gautama, criar um design inovador que integre a rica diversidade cultural e ambiental da Amazônia, em produtos de moda, requer uma abordagem sensível, criativa e colaborativa. Ele explica que, como em todo processo metodológico de criação em design, o primeiro passo é a pesquisa, parte fundamental e norteadora para a criação. A dica dele é realizar uma pesquisa aprofundada sobre as culturas, tradições, artesanato, padrões, cores e elementos simbólicos das comunidades da Amazônia. “Visite as comunidades, converse com os moradores e mergulhe na atmosfera local para compreender a essência cultural”,
frisa.
Outra recomendação é aperfeiçoar o olhar para a riqueza iconográfica e estética da biodiversidade da Amazônia, inspirando-se nas formas, cores e padrões únicos encontrados na flora e fauna local. “Esses elementos inspiracionais vão contribuir com a criação de estampas, texturas e formas distintas, por exemplo”,
frisa.
Cidarta orienta o empreendedor a criar uma história significativa, certificando-se de abordar as influências culturais com respeito e sensibilidade. “Evite apropriação cultural e busque permissão ou colaboração com as comunidades, antes de incorporar os elementos nos produtos. Crie peças que contem histórias autênticas e significativas. Comunique aos consumidores a importância cultural, ambiental e social dos elementos incorporados nos produtos”,
ressalta.
Outra dica é buscar parcerias com artistas, artesãos e designers locais que estejam conectados às tradições da região. Eles podem fornecer insights valiosos e contribuir com as habilidades para criar produtos autênticos. O professor também sugere explorar as técnicas de artesanato tradicionais, como bordados, tecelagem, tingimento natural, cestaria e outros métodos únicos utilizados pelas comunidades locais. “Adaptar essas técnicas em produtos contemporâneos pode gerar designs inovadores”,
avalia.
Cidarta alerta que o empreendedor deve fugir do caricato. “O designer pode e deve utilizar os elementos folclóricos da Amazônia, mas não se limitar a apenas isto. O ideal é buscar um equilíbrio entre elementos tradicionais e contemporâneos, para criar um ar de sofisticação e de bom gosto para os produtos. A inovação muitas vezes surge da combinação de elementos antigos com abordagens modernas de design”,
recomenda.
O professor da FST acrescenta uma dica importante, que é alinhar o design inovador com práticas sustentáveis. “Neste sentido, é válido apostar em ressignificação de materiais e adoção de processos de produção de baixo impacto ambiental”,
observa.
Apresentar-se de forma criativa para o público também é essencial. A sugestão é procurar eventos e profissionais que estão despontando no setor de moda sustentável, para estabelecer parceria. “Se for apresentar seus produtos em mídias digitais, considere usar storytelling visual, como fotografias e vídeos, que destacam a inspiração da Amazônia, os processos de produção e as histórias por trás de cada peça, assim gera interesse não apenas para a marca, mas para a mensagem que deseja passar”,
diz ele.
A última dica que ele dá é ficar atento ao feedback dos consumidores, colegas e especialistas.
*Com informações da assessoria
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