O consumidor brasileiro já começará a sentir os efeitos da guerra no preço do café da manhã nos próximos dias, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). Segundo o economista e professor do Ibmec Gilberto Braga, o quilo do pão francês pode chegar a R$ 20 em algumas cidades.
Diante da nota divulgada pela Abimapi, o economista e professor do Ibmec Gilberto Braga observa que os consumidores brasileiros já estão sofrendo os efeitos da guerra em relação ao preço dos itens relacionados ao trigo. Gilberto acrescenta que, com a continuidade do conflito marcado pela Ucrânia e a Rússia, é possível que os preços das commodities aumentem.
“Embora ainda não tenha sido capturado nos indicadores de pesquisa oficiais, o consumidor percebe um aumento de, aproximadamente, 20% a 25% no preço do pão nas padarias e supermercados. Isso já sinaliza um aumento do preço do trigo na formulação do produto. A continuidade da guerra poderá decretar ainda um período de novos aumentos, mas é bastante provável que esse patamar mais caro continue, pelo menos até que se tenha uma previsão de quando o conflito da Ucrânia poderá terminar”, completa.
O economista avalia, ainda, que o preço do quilo do pão localizado em padarias de algumas cidades terá um salto grande. No Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, antes da crise, o valor variava entre R$ 9 a R$ 12, mas agora o quilo está sendo vendido entre R$ 15 a R$ 20.
A Rússia é o maior exportador de trigo do mundo e tem sido afetado economicamente pelo conflito com a Ucrânia, afirma a Abimapi. Juntos, os dois países respondem por cerca de 30% das exportações mundiais de trigo.
A associação explica que o Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países como a Argentina, Canadá e os Estados Unidos. O aumento do preço do trigo, para a Associação, impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes de produtos como biscoitos, massas e bolos. A AbimapiI frisa que, nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.
Gilberto Braga ressalta que, embora o Brasil não seja um comprador direto dos países em conflito, ele terá um gasto elevado com o grão devido à alta demanda do mercado.
“O Brasil importava muito pouco trigo da Rússia, mas ele precisa continuar comprando no mercado que deixou de ser estabelecido pela Rússia. Então, com esse fator, o preço se elevará e nós temos que pagar mais caro, o que influencia no preço de comercialização interna. Isso resvala no custo do pão, massas e tudo relacionado a essa commodity”, diz o economista.
*CNN
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Edição web: Jonathan Ferreira
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