Os incêndios no estado do Amazonas somaram 1.664 focos de fogo ativos até essa quinta-feira (12) identificados por satélite, informou nesta sexta-feira (13) o Ministério de Meio Ambiente (MMA). Para ajudar a controlar a situação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vai mandar reforço de 149 brigadistas para o Amazonas. Com isso, 289 brigadistas do Ibama devem atuar contra os focos de fogo.
Na avaliação da pasta, o desmatamento acumulado no estado, a influência do fenômeno El Niño e as mudanças climáticas agravaram a seca no Amazonas neste ano. Os municípios amazonenses em situação mais crítica são os de Autazes, com 141 focos de fogo, seguido por Careiro com 110.
“Estamos vivendo situação de emergência climática no Brasil”, afirmou a ministra do MMA, Marina Silva em entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, Ela apelou para que a sociedade não realize mais queimadas na região. O governo ainda prometeu disponibilizar dois helicópteros para combate aos incêndios no estado.
“É um cenário bastante preocupante e que, portanto, vai exigir do poder público e da sociedade, de um modo geral, uma ação de consciência ao que está acontecendo no mundo. Não estamos vivendo mais as regularidades climáticas com as quais convivíamos. Esse diagnóstico foi feito há mais de 30 anos de que esse momento chegaria e, infelizmente, ele chegou”,
destaca a ministra.
Os focos de calor cresceram 147% no mês de outubro no estado do Amazonas se comparado com o mesmo mês de 2022. Outubro reverteu a tendência observada até setembro de redução dos incêndios no Amazonas. Se considerado o acumulado de janeiro à 12 de outubro, houve redução de 11,3% nos focos de calor.
O fogo tem tornado o ar da região metropolitana de Manaus (AM) extremamente poluído. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a qualidade do ar, no máximo, não ultrapasse 20 microgramas por metro cúbico (µg/m³) e hoje estamos com Manaus com 225 µg/m³, então a situação é bem grave”, afirmou o presidente do Ibama, Ricardo Coutinho. A Fiocruz recomenda que a população use máscara em Manaus.
Crise humanitária
O ministro da Integração e Desenvolvimento Nacional, Waldez Góes, acrescentou que o governo vai enviar a quantidade de recursos que forem necessários para combater a crise humanitária no Amazonas.
“Nos colocaremos recursos diretamente nos municípios só para ajuda humanitária. Quanto aos recursos, é o que for necessário de acordo com os planos que estão sendo apresentados. Essa é a orientação do presidente Lula. Se for necessário ter uma nova medida provisória para atender a Amazônia, como já foram feitas outras vezes, certamente o presidente Lula fará”,
afirmou o ministro, durante a coletiva.
Até o momento, 55 municípios já declararam situação de emergência e outros 5 estão em alertas e devem entrar em emergência nos próximos dias. Há previsão de disponibilização de R$ 30 milhões para os municípios prioritários do Amazonas, e mais R$ 35 milhões do Fundo Amazônia para prevenção e combate a incêndios na região.
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