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Estiagem

Manacapuru registra pior seca em 55 anos de medição do rio Solimões

Parte do Solimões já apresenta movimentação de subida do rio

Reprodução: Edmar Barros / Agência Pública

Manacapuru (AM) – Após Manaus registrar a menor cota do Rio Negro na segunda-feira (16), com 13,59 metros, a cidade de Manacapuru, no Baixo Solimões, também registrou um novo recorde, com o nível do rio baixando para 3,81 metros, na terça-feira (17). Com este parâmetro, a seca de 2023 é considerada a pior que atingiu o município em 55 anos, superando a seca história de 2010.

Todas as cidades banhadas pelo Rio Solimões estão em situação de emergência, segundo a Defesa Civil do Amazonas. O Serviço Geológico Brasileiro (SGB) informou que, nesta quarta-feira (18), o Solimões baixou mais 9 cm, registrando a cota de 3,70 metros.

De acordo com a pesquisadora em Geociências do SGB, Jussara Cury, parte do Solimões já apresenta um movimento de subida devido à chuva que vem dos Andes. Mas, a parte mais próxima a Manaus, a descida das águas ainda é predominante.

“O pico da vazante no Alto Solimões normalmente é na primeira quinzena de outubro. Então acreditamos que o processo de recuperação do Alto Solimões está sendo iniciado. Já na região mais próxima de Manaus, em Manacapuru, na estação monitorada, o nível mínimo já registrado, é em 2023, ultrapassando a marca de 2010 na região. O que está acontecendo é um comportamento geral da bacia, com níveis muitos baixos para o período”,

explicou Cury.

A população do município é a principal afetada pela estiagem. Segundo o prefeito de Manacapuru, Beto D’Ângelo, uma força-tarefa foi iniciada para atender as necessidades dos ribeirinhos, que precisam de suprimentos básicos para sobreviverem.

“Estamos fazendo essas ações desde o dia 27 de setembro, quando começamos a ter dificuldade em algumas localidades na região, principalmente no Piranha, onde teve a morte de peixes. Desde então, a gente já está vendo a situação da água, a purificação da água, rancho, motor-bomba, mangueiras, poços ainda onde é possível perfurar, e já estamos voltando em algumas localidades para reforçar o abastecimento de água”,

pontuou o prefeito.

Em processo de vazante, o Solimões preocupa o representante político, já que neste momento, algumas regiões do município estão localizadas em áreas de difícil acesso.

“O município de Manacapuru, imaginamos que ainda tem uns 20 dias de seca, e com isso, tem localidade que vai ser mais difícil ainda”,

salientou Beto.

Atualmente, o Amazonas possui 59 municípios em situação de emergência, 01 cidade em alerta, nenhum em atenção e 2 em normalidade. Cerca de 584 mil pessoas são afetadas até o momento pela seca severa, ou 145 mil famílias.

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