O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, rebateu nesta quarta-feira (8) as acusações de “cunho ideológico” e “doutrina” nas questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo ele, a prova não avalia opinião política, mas, sim, interpretação de texto.
“O item de múltipla escolha tem por objetivo apresentar um estímulo ao estudante e captar sua resposta. Não se trata em momento algum de submeter o estudante a qualquer pergunta que leve à uma manifestação de concordância ou discordância com o que lá está escrito”,
argumentou Palacios em sessão da Comissão de Educação da Câmara.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pede a anulação das questões 89, 70 e 71. A bancada afirma que “as perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica”, e não têm “critério científico ou acadêmico”.
“As provas têm um viés muito ideológico. Foi um desfilar de questões afrontando o agro e o capitalismo. Achei vergonhoso não completar todos os lados, isso nitidamente mostra um doutrinamento”,
declarou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP).
Palacios, no entanto, defendeu a objetividade da elaboração dos itens do exame. “[Os elaboradores das questões] são professores que foram selecionados em 2020, e estão exercendo essa função até agora. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem ocorrendo há muito tempo, porque na verdade não há nada além da seleção pública de profissionais da educação, por meio de critérios objetivos de currículo”, disse.
Ainda segundo o presidente do Inep, os itens da prova refletem critérios básicos para o “pensamento crítico” dos estudantes.
“Racismo é crime. Feminismo não é uma doutrina, é a defesa dos direitos da mulher. Não me parece que seja doutrinário itens que coloquem em evidência as questões relativas à discriminação racial e à discriminação contra a mulher”,
completou.
*Com informações da CNN
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