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Guerra

EUA vetam resolução do Conselho de Segurança que exigia cessar-fogo em Gaza

Estados Unidos justificaram afirmando que cessar-fogo imediato manteria o grupo radical islâmico Hamas no poder

Os Estados Unidos vetaram na sexta-feira (08) um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa Gaza, apesar do apelo inédito lançado pelo secretário-geral da organização, António Guterres.

A resolução, de autoria dos Emirados Árabes Unidos e apoiada por dezenas de Estados-membros, teve 13 votos a favor e uma abstenção (Reino Unido). No entanto, foi rejeitada devido ao voto contrário dos Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes do conselho e, portanto, com poder de veto.

Os Estados Unidos justificaram o veto afirmando que um cessar-fogo imediato manteria o grupo radical islâmico Hamas no poder na Faixa de Gaza e lhe permitiria realizar mais ataques terroristas.

A votação ocorreu depois de Guterres ter invocado, na quarta-feira, pela primeira vez desde que se tornou secretário-geral da ONU, o artigo 99º da Carta das Nações Unidas, pedindo ao Conselho de Segurança, o único órgão da ONU cujas decisões têm caráter vinculativo, que “evitasse uma catástrofe humanitária” no enclave palestino e aprovasse um cessar-fogo.

Antes da votação, Guterres argumentou que “a violência perpetrada pelo Hamas” não poderia “justificar de forma alguma a punição coletiva do povo palestino”.

Ajuda humanitária

O projeto de resolução manifestava “grave preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina”, sublinhava que “as populações civis palestinas e israelenses deveriam ser protegidas de acordo com o direito humanitário internacional” e exigia um cessar-fogo humanitário imediato.

Além disso, o texto também pedia a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário.

Qual a situação na Faixa de Gaza

Israel tem bombardeado o enclave desde 7 de outubro, em resposta a um ataque de combatentes do Hamas em seu território que matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, de acordo com autoridades israelenses.

Paralelamente ao bombardeio, Israel vem realizando operações terrestres em Gaza desde 27 de outubro. Atualmente, os combates entre as tropas israelenses e o Hamas se concentram em Khan Younis, a cidade mais importante do sul da Faixa de Gaza, mas também continuam no norte, na Cidade de Gaza e em Jabalia.

O Hamas, classificado como grupo terrorista pelos EUA e pela União Europeia (UE), alega que mais de 17.400 palestinos, a maioria civis, foram mortos até o momento pelos bombardeios israelenses.

O exército israelense disse que atingiu 450 alvos em Gaza nas últimas 24 horas e encontrou peças de foguetes, lançadores e outras armas na Universidade Al Azhar, na Cidade de Gaza. Em Khan Younis, o exército anunciou que estava avançando “de casa em casa” wm busca de combatentes do Hamas, que governa o estreito território desde 2007.

No começo da semana, Israel ordenou a saída de civis de cidades do sul do enclave e expandiram suas operações para a região, onde muitos dos habitantes do norte haviam buscado refúgio após o início dos combates.

“Aqueles que sobreviveram ao bombardeio estão agora sob risco iminente de fome e doenças”, alertou a Save the Children. Outras ONGs descreveram a situacao dos civis como “apocalíptica”.

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA), Philippe Lazzarini, pediu um “cessar-fogo humanitário imediato” na sexta-feira para evitar uma “hecatombe de vidas palestinas”.

Israel impôs um cerco quase total à Faixa de Gaza desde 9 de outubro, impedindo a chegada de água, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde o início do conflito, os bombardeios israelense só cessaram durante a trégua de sete dias que entrou em vigor em 24 de novembro, mediada pelo Catar, pelo Egito e pelos EUA. Durante o cessar-fogo, Israel e o Hamas trocaram reféns por prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses.

*Com informações da IstoÉ

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