A instituição de caridade Save the Children fez um comunicado neste domingo (7), apontando que mais de 10 crianças, em média, perderam uma ou ambas as pernas todos os dias em Gaza desde 7 de outubro, enquanto muitas das amputações são realizadas sem anestesia.
Jason Lee, diretor nacional da Save the Children para o território palestino ocupado, disse que “o sofrimento das crianças nesse conflito é inimaginável e ainda mais porque é desnecessário e completamente evitável”.
“O assassinato e a mutilação de crianças são condenados como uma grave violação contra crianças, e os autores devem ser responsabilizados”, afirmou.
Lee disse que já viu “médicos e enfermeiros completamente sobrecarregados” quando crianças são trazidas com ferimentos causados por explosões.
“O impacto de ver crianças com tanta dor e não ter o equipamento e os medicamentos para tratá-las ou aliviar a dor é demais até mesmo para profissionais experientes. Mesmo em uma zona de guerra, as imagens e os sons de uma criança pequena mutilada por bombas não podem ser conciliados, muito menos compreendidos dentro dos limites da humanidade”, disse Lee.
Em sua declaração, a instituição fez referência às observações do porta-voz da UNICEF, James Elder. Após retornar de Gaza, ele disse em 19 de dezembro que cerca de 1.000 crianças em Gaza perderam uma ou ambas as pernas desde 7 de outubro, já que os hospitais estão sobrecarregados com crianças e seus pais carregando “as feridas horríveis da guerra”.
A Save the Children também fez referência a uma declaração da Organização Mundial da Saúde, na qual a agência afirmou que muitas dessas operações em crianças em Gaza foram realizadas sem anestesia, já que o enclave está enfrentando uma grave escassez de medicamentos e suprimentos médicos.
A instituição de caridade disse que as crianças têm quase sete vezes mais chances de morrer de ferimentos causados por explosões do que os adultos, ao serem mais vulneráveis e sensíveis a ferimentos.
“Seus crânios ainda não estão totalmente formados e seus músculos não desenvolvidos oferecem menos proteção, de modo que uma explosão tem mais probabilidade de romper órgãos do abdômen, mesmo quando não há danos visíveis”, explicou o diretor.
Ele ainda ressaltou que “a menos que a comunidade internacional tome medidas para cumprir suas responsabilidades de acordo com o Direito Internacional Humanitário e evitar os crimes mais graves de interesse internacional, a história julgará e deverá julgar todos nós”.
Somente “um cessar-fogo definitivo” acabaria com “a matança e mutilação de civis” e permitiria que “a ajuda humanitária desesperadamente necessária” chegasse a Gaza, incluindo medicamentos essenciais para crianças feridas, acrescentou.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram repetidamente que não estão mirando em civis e que o grupo terrorista Hamas usa a infraestrutura civil, incluindo hospitais, como escudos para seus ataques a Israel.
O Ministério da Saúde palestino em Gaza, administrado pelo Hamas, disse no domingo que pelo menos 22.835 palestinos foram mortos e pelo menos 58.416 ficaram feridos em Gaza desde 7 de outubro. Pelo menos 113 pessoas foram mortas e pelo menos 250 ficaram feridas nas últimas 24 horas, informou o ministério.
A CNN não conseguiu verificar de forma independente os números divulgados.
*Com informações da CNN Brasil
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