Dois presos fugiram de uma penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte, a 277 quilômetros de Natal. A fuga foi constatada por agentes na manhã desta quarta-feira (14). Essas foram as primeiras fugas em penitenciárias de segurança máxima nacional desde a inauguração do sistema em 2006.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os presos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça (Querubim, Chapa ou Cabeça de Martelo ou Martelo) de 36 anos; e Deibson Cabral Nascimento (Tatu, Deisinho ou Deicinho), de 34 anos. A CNN apurou que os dois tem ligação com o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil.
O Governo do Rio Grande do Norte confirmou que foi acionado para dar apoio ao presídio por terra, mas não detalhou as ações. A reportagem perguntou se há auxílio nas buscas aos dois detentos foragidos, mas a secretaria de Segurança Pública não forneceu detalhes.
O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, está a caminho de Mossoró para acompanhar as ações para tentar recapturar os foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga.
Além de acionar a Polícia Federal (PF), o Ministério da Justiça e Segurança Pública pediu o apoio das secretarias da Segurança Pública e da Defesa Social e de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte para localizar os fugitivos.
A fuga se tornou pública na manhã desta quarta-feira (14). Segundo o ministério, todas as providências necessárias para recapturar os foragidos e esclarecer as circunstâncias da fuga já estão sendo adotadas. O secretário nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, está viajando para Mossoró a fim de acompanhar de perto a apuração dos fatos.
Responsável por coordenar o sistema penitenciário federal, a Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informa em seu site que “nunca houve fuga, rebelião, nem entrada de materiais ilícitos” nas unidades penitenciárias federais, “referências de disciplina e procedimento”.
Ao todo, há cinco presídios federais de segurança máxima, localizados em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). A penitenciária que fica em Mossoró foi inaugurada em 2009 e tem capacidade para até 208 presos.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Quem são os fugitivos
Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubin, tem 35 anos e estava preso desde setembro de 2023 no presídio de Mossoró. Natural de Rio Branco, no Acre, ele foi transferido para o Rio Grande do Norte após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, em julho do ano passado.
Deibson Cabral Nascimento, conhecido Tatu, também é do Acre, nascido na cidade de Brasileia. Tem 33 anos e também estava no presídio de segurança máxima de Mossoró desde 2023. Foi transferido de Rio Branco no mesmo grupo de Rogério, após tramarem a rebelião Presídio Antônio Amaro Alves em julho de 2023.
Fuga inédita
Os dois presos que escaparam do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, fugiram às 3h17 da madrugada, escalaram uma das luminárias, tiveram acesso ao teto, cortaram a cerca e pularam. Ao contrário da penitenciária de Brasília, o presídio de Mossoró não tem uma muralha para contenção.
Os investigadores trabalham com a possibilidade de falha humana ou cooptação. Isso porque ainda não há respostas sobre como eles atravessaram pelo menos 3 portas – cela, corredor e pátio – e como burlaram o circuito fechado de câmeras de TV.
O Ministério da Justiça suspeita que uma obra no pátio do Presídio Federal tenha diminuído a segurança da unidade, acarretando a primeira fuga do Sistema Penitenciário Federal. Segundo integrantes do Ministério, por conta da obra, um detector de metais estava desativado e os agentes penitenciários não estavam passando pelo procedimento, então poderia entrar com material que normalmente é proibido.
“A estrutura não é simples, tem até monitoramento”, disse um policial em relato reservado. As autoridades trabalham numa apuração rigorosa dos fatos para resgatar a credibilidade do sistema que, em 20 anos, nunca registrou uma fuga.
Os dois foragidos são ligados ao Comando Vermelho. Procurado, o Ministério da Justiça não comentou.
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