Os serviços de Cuidados Paliativos ofertados no norte do Brasil são os menores em comparação com o resto do País. A informação faz parte da terceira edição do Atlas de Cuidados Paliativos, documento elaborado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), que apresenta dados relevantes sobre o status da abordagem da especialidade e seus desafios em todo o País.
Recém-lançado, o Atlas é o documento oficial da ANCP sobre Cuidados Paliativos e orientou a construção da Política Nacional de Cuidados Paliativos, aprovada no final do ano pelo Ministério da Saúde. Traz dados que foram coletados e agrupados, abrangendo tipo de serviço, perfil da equipe, educação e pesquisa. Além disso, inovou ao trazer informações sobre o atendimento ao público infanto juvenil e ao uso de opioides, duas questões que são bastante abordadas pelas equipes que atuam com a especialidade.
Segundo o Atlas, a região norte oferece apenas oito serviços de Cuidados Paliativos, distribuídos no Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins. Vale lembrar que a Associação Europeia de Cuidados Paliativos recomenda dois serviços especializados a cada 100.000 habitantes.
Em todo o país, a região Sudeste é a que conta com o maior número de serviços, totalizando 98 (41,8%). Em seguida, vem a Região Nordeste que soma 60 serviços (25,7%). A Região Sul conta com 40 serviços (17,1%) e o Centro Oeste soma 28 serviços (12,0%).
O que são cuidados paliativos
O Cuidado Paliativo, segundo a OMS, é uma abordagem que tem como objetivo trazer qualidade de vida para pacientes e seus familiares que estão em uma situação ameaçadora da continuidade da vida. Esses pacientes podem ser crianças (incluindo intraútero, que são cuidados através da mãe) e adultos.
Tem como objetivo a prevenção e controle de sintomas físicos como dor e outros sintomas emocionais, espirituais e sociofamiliares. “Paliativo vem do termo em latim pallium, que significa manto, o manto protetor que protegia os guerreiros nas intempéries. Então o cuidado paliativo significa proteção, para todos os envolvidos em situação de risco de vida, trazendo o máximo de qualidade de vida”, explica o presidente da ANCP, Rodrigo Kappel Castilho.
Formação profissional
Desde 2018, quando a ANCP lançou a primeira edição do Atlas, com o nome de “Análise Situacional e Recomendações para Estruturação de Programas de Cuidados Paliativos no Brasil”, observa-se um crescimento significativo no número de serviços de Cuidados Paliativos no país. Hoje são 234 serviços assistenciais, 22,5% a mais do total registrado oficialmente em 2019. Estes serviços estão distribuídos por todo o território nacional, com uma concentração notável nas regiões Sudeste e Nordeste. A região Norte é a que tem menos serviços de Cuidados Paliativos.
“Nosso objetivo com este material é fornecer aos profissionais de saúde, formuladores de políticas públicas, educadores e à sociedade em geral informações relevantes sobre Cuidados Paliativos para que o país fortaleça esta especialidade e possibilite o surgimento de novos serviços, em especial nas áreas mais críticas”, afirma o presidente da ANCP.
Castilho acredita que, com a implantação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, a especialidade vai crescer na oferta, em especial na rede de atenção primária, de forma organizada e estruturada, incrementando também a educação e formação específica do profissional. “A criação da Medicina Paliativa de área de atuação para Especialidade Médica é uma necessidade urgente, da mesma forma que foi para Enfermagem, hoje com uma matriz específica de conteúdo para formação em Cuidados Paliativos”, ressalta o presidente da ANCP.
Acesse o Atlas completo.
Congresso Brasileiro
Em 2024, o Nordeste vai sediar o X Congresso Brasileiro de Cuidados Paliativos, uma realização da ANCP. O evento reunirá os maiores especialistas internacionais e nacionais sobre Cuidados Paliativos entre os dias 13 e 16 de novembro, em Fortaleza, no Ceará. As inscrições podem ser feitas através do link: https://cuidadospaliativos2024.com.br/
*Com informações da assessoria.
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