A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia, da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), realizou suas últimas reuniões itinerantes nos municípios de Manicoré (24) e Novo Aripuanã (25) com a participação de autoridades públicas e cidadãos.
Durante as sessões, os moradores das cidades apresentaram diversos problemas ligados às atividades desenvolvidas pela concessionária, sendo o principal deles a falta de manutenção na rede elétrica, ocasionando, inclusive, a morte de clientes, segundo depoimentos.
A não retirada de galhos e árvores, que caem sobre a rede, ocasiona oscilações em vários pontos das cidades e comunidades próximas às sedes dos municípios. Por conta disso, os próprios moradores realizam a manutenção.
Em alguns casos, pessoas perderam a vida ao tentarem limpar a vegetação que tomou conta de boa parte da fiação, como contou Antônio Júnior, 53, que reside na comunidade Democracia, em Manicoré.
“Tem gente que perdeu a vida, teve mão decepada, amputada, que caiu do poste, tudo porque essa empresa não faz a limpeza. Se o mato toma conta a gente fica sem energia, perde o nosso alimento, nossas vendas, por isso a gente se arrisca”, disparou Antônio Júnior.
A mesma situação foi constatada no município de Novo Aripuanã, onde moradores destacaram a falta de manutenção na rede elétrica como um dos problemas recorrentes. Além disso, muitos reclamaram dos valores abusivos, nas contas.
“Estão me cobrando uma conta de R$ 1.412 reais e eu não tenho condições de pagar. Minha casa é pequena, humilde, não gasta tudo isso. Tenho renda de R$ 400 reais, daí tiro R$ 200 para pagar energia e o resto de alimento, caso contrário morro de fome”, desabafou Ana Diniz, 54.
Para o presidente da CPI da Amazonas Energia, deputado estadual Sinésio Campos (PT), está provado, por meio do depoimento do próprio povo, que a empresa cometeu crimes em várias partes do Amazonas.
“Identificamos que os abusos e desmandos dessa empresa continuam. O tratamento desumano às pessoas, até mesmo àquelas que deveriam receber tarifa social de energia, são rotineiros. Existe sim cobrança indevida, fato comprovado em Presidente Figueiredo e Tefé, por exemplo”, destacou Sinésio.
“Esta CPI atende o interesse de 4 milhões de amazonenses, por essa razão continuaremos as investigações. Não vão nos intimidar”, finalizou o deputado Sinésio Campos.
A CPI Da Amazonas energia continua, agora, com sessões no Miniplenário Cônego Azevedo, na Aleam.
*Com informações da assessoria
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