Em comitiva de parlamentares brasileiros, a deputada estadual do Amazonas Débora Menezes (PL-AM) viajou a Washington D.C, capital dos Estados Unidos, nesta semana, para denunciar a “escala do autoritarismo judicial ocorrido no Brasil” ao governo e imprensa norte-americanos.
O grupo é liderado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo jornalista Paulo Figueiredo. Inicialmente, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou uma audiência para criticar o ‘sistema totalitário do Judiciário brasileiro’, no final de fevereiro, durante a Conferência de Ação Política Conservadora. O convite para participar foi realizado pelo deputado do Partido Republicano e presidente da comissão, Christopher Smith.
“Estou participando da audiência da Comissão de Direitos Humanos e Políticos. Com determinação e coragem que tornaremos de conhecimento da América e do mundo, conjuntamente a diversos parlamentares, as ameaças à democracia, a censura e as perseguições no Brasil. Reafirmamos nosso compromisso pela defesa dos direitos fundamentais, dos valores cristãos da família e da liberdade”,
comentou a deputada.
Após isso, a denúncia deveria ocorrer durante audiência da Comissão de Direitos Humanos e Políticos da Câmara dos Estados Unidos, marcada para esta terça-feira (12), com o tema “Brasil: Uma Crise da Democracia, Liberdade e Estado de Direito?”. Entretanto, a participação foi vetada pelo deputado do Partido Democrata e vice-presidente da comissão, Jim McGovern.
O ataque ao sistema judiciário ocorreu durante coletiva de imprensa, organizada pelo deputado Christopher Smith. Em publicação nas redes sociais, a deputa do Amazonas afirmou que a comitiva denunciou a “ditadura brasileira, o fim da liberdade de expressão e a quebra do estado de direito”. Ainda de acordo com a parlamentar, a participação na comissão foi “sabotada pela esquerda”.
“Sempre alertei em meus discursos no Congresso sobre os perigos de meu país se transformar em uma Cuba ou Venezuela, com seus campos de concentração”, declarou o deputado Eduardo Bolsonaro em trecho do discurso. Confira:
Ao abordar os objetivos e temáticas abordadas pela comitiva, Débora Menezes mencionou os acusados de participar do ato antidemocrático de 8 de janeiro de 2023 ao declarar que houveram “pessoas presas injustamente” e que há uma “ditadura do judiciário”.
Participam do grupo políticos da direita brasileira, entre eles: André Fernandes (PL), Amália Barros (PL), Bia Kicis (PL), Gustavo Gayer (PL), Marcel van Hattem (Novo), Marcelo Moraes (PL), Mário Frias (PL), Messias Donato (Republicanos), Paulo Bilinsky (PL), entre outros.
Para o sociólogo, cientista político e advogado, Carlos Santiago, o Brasil está no período mais democrático, com poderes em pleno funcionamento e não há partidos políticos na clandestinidade, ao analisar a história do país. “A imprensa é livre, há eleições periódicas, mas o que está acontecendo no Brasil de hoje é um embate de narrativas de partidários da esquerda e da direita”, complementou.
“Em um país em que os parlamentares usam suas redes sociais para manter a liberdade de expressão, as tribunas dos parlamentos para expressar os seus sentimentos, entram e saem do país a qualquer tempo, até para falar mal do país em outros países, não tem o porquê afirmar que vivemos tempos de ditadura, que os fatos não batem”,
disse.
O analista político apontou os discursos de ideologias antagônicas, quando a esquerda acusa a direita de armar um golpe contra a democracia, contendo investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário. Paralelamente, a direita acredita que no Brasil existe, dentro do Poder Judiciário, uma censura e perseguição, utilizando de meios nacionais e internacionais para denunciar.
“O que o Brasil precisa é que esquerda e direita busquem melhorar a vida dos brasileiros nos estados, nos municípios, busquem utilizar bem a democracia para melhorar a vida da população, combater a pobreza, o desemprego, a violência. Enquanto não existir o interesse de todos, continuaremos assistindo lutas de narrativas que não contribuem em nada para melhorar a vida das pessoas”,
concluiu.
Até o fechamento desta matéria, a assessoria da deputada estadual Débora Menezes não respondeu aos questionamentos do EM TEMPO.
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