Paul Alexander morreu na segunda-feira (11) após viver dentro de “pulmão de ferro” por mais de 70 anos nos Estados Unidos. A marca foi, inclusive, registrada no Guinness World Records.
A informação foi confirmada pelo educador norte-americano Christopher Ulmer, que entrevista pessoas com deficiência em seu canal do YouTube.
“Sua falta será sentida, mas sempre lembrada. Obrigado por compartilhar sua história conosco”, escreveu Chris na legenda de uma publicação no perfil de sua ONG no Instagram.
“Paul foi para a faculdade, tornou-se advogado e autor publicado. Sua história viajou muito, influenciando positivamente pessoas ao redor do mundo. Paul foi um modelo incrível que continuará a ser lembrado.”
O irmão de Paul, Philip Alexander, escreveu em uma publicação no Facebook lamentando a morte.
“Foi uma honra fazer parte da vida de alguém tão admirado quanto ele. Ele tocou e inspirou milhões de pessoas e isso não é exagero,”
escreveu Philip. A causa da morte não foi divulgada.
Chistopher organizou uma vaquinha que arrecadou cerca de US$ 145.000 (aproximadamente R$ 725.000) para Paul, que conforme diz o texto publicado na plataforma GoFundMe, sofreu um golpe de pessoas que deveriam cuidar dele.
O dinheiro servia para custear seu tratamento e ajudar Paul a sobreviver. Em seu texto, Christopher acrescentou uma mensagem de Philip, irmão de Paul, agradecendo as doações.
“Elas permitiram que ele vivesse seus últimos anos sem estresse. Também pagarão o seu funeral durante este momento difícil. É absolutamente incrível ler todos os comentários e saber que tantas pessoas foram inspiradas por Paul”,
diz o texto.
Por que ele usava um “pulmão de ferro”?
Paul Alexander entrou para o Guinness em 2022 por ser a pessoa que fez uso de um ventilador de pressão negativa, conhecido como “pulmão de ferro” por mais tempo. Ele foi colocado dentro do aparelho em 1952, após ter uma paralisia no órgão causada por poliomielite.
Naquele ano, a cidade de Dallas, onde Paul vivia, foi atingida por uma grande epidemia da doença, conforme registra o Guinness.
“Apesar dos esforços das autoridades de saúde pública – que incluíram o encerramento de bares, cinemas e qualquer outro local público onde o vírus pudesse se espalhar – milhares de casos foram registados na cidade, resultando em dezenas de mortes”, diz o portal do livro dos recordes.
Paul Alexander tinha apenas 6 anos na época e viu outros pacientes com o mesmo quadro clínico morrerem ao seu lado no hospital.
Ele deixou o hospital e, segundo o Guinness, aprendeu a usar os músculos da garganta para forçar o ar a entrar nos pulmões, que estavam paralisados. Isso melhorou sua qualidade de vida e permitiu que Paul pudesse passar períodos prolongados fora do “pulmão de ferro” e conseguisse se formar em direito na Universidade do Texas.
Como funciona um “pulmão de ferro”?
Os ventiladores de pressão negativa são uma espécie de câmara fechada equipada com uma bomba que pode alterar a pressão do ar. A cabeça e o pescoço ficam para fora da máquina, que, com as variações de pressão, provoca a contração e expansão dos pulmões e faz as vezes dos músculos paralisados.
*Com informações da CNN Brasil
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