Nos últimos anos, observa-se uma crescente preocupação com a alimentação da população mundial e as possíveis maneiras de torná-la mais sustentável e suficiente para atender todas as pessoas. Neste contexto, a discussão sobre a redução ou até mesmo eliminação do consumo de carnes está entre as mais quentes no momento, com implicações em diversas áreas das nossas vidas.
Ainda que o Brasil ocupe a 1ª posição na produção e exportação de carne bovina (Embrapa, 2023), o mercado que atua no processamento de proteínas vegetais também registra números expressivos, com a crescente adesão da população. Nesse sentido, a consultoria Bloomber Intelligence divulgou uma pesquisa, informando que o país é o maior consumidor de alimentos da América Latina, seguido pelo México, Chile e Argentina.
Vale acrescentar que esses alimentos se popularizaram com o termo Plant-based (em tradução literal, carne à base plantas ou vegetal). Trata-se de produtos processados com grãos, sementes e leguminosas, de modo a apresentarem semelhança na textura e sabor identificados nos itens convencionais).
Contudo, é preciso destacar que, inicialmente, o termo causou confusão no mercado, já que existe uma dieta chamada plant-based, criada em meados da década de 1980, pelo médico Colin Campbell. A recomendação é de que os usuários priorizem a alimentação com ingredientes, como: frutas, legumes, grãos inteiros, nozes, sementes e leguminosas (feijões, ervilhas e lentilha). Mas, nesse caso, a indicação é reduzir ao máximo o consumo de gordura, açúcar, sal e alimentos ultraprocessados.
Mercado em ascensão
É importante destacar que os produtos plant-based foram disponibilizados no mercado nacional há pouco mais de 5 anos e conquistaram o paladar dos consumidores. Outro levantamento que confirmou a aprovação do público brasileiro, foi realizado pela empresa de pesquisa de consumo Cint.
Uma das respostas foi de que 78% dos entrevistados compartilhariam informações de empresas com alternativas vegetais. Do mesmo modo, 66% afirmaram que gostariam de visitar um restaurante com alimentos plant-based. Complementando o cenário positivo para essa categoria alimentar, a consultoria Euromonitor apontou que o mercado de proteína alternativa deve crescer de US$ 20,7 bilhões para US$ 23,2 bilhões, nos próximos quatro anos.
Vegetariano ou vegano?
Quando se fala de diferentes dietas e formas de se alimentar, o vegetarianismo sempre surge na conversa. Ou seria veganismo? Qual é a diferença entre os dois?
Segundo explica Hellen Suleman, docente do curso de Gastronomia do Senac EAD, “quem é vegetariano opta por não se alimentar de nenhum tipo de carne, incluindo aves, mariscos, peixe e outros produtos de origem animal”. Os adeptos desta dieta priorizam uma rotina alimentar rica em frutas, legumes, verduras, hortaliças, leguminosas, grãos e sementes.
Já os veganos, por sua vez, adotam o que a docente chama de todo um “estilo de vida”. Isso porque, somadas às restrições a quaisquer alimentos de origem animal, os veganos também incluem nessa lista itens como couros em sapatos, bolsas e cintos, pingentes de marfim e de madrepérola, pérolas, seda, lã e cosméticos e maquiagens testados em animais.
Para além de vegetarianismo e veganismo, há também uma dieta que tem ganhado força nos últimos anos, o flexitarianismo. Conforme indica Suleman, “o termo surgiu nos anos 90, com a médica americana Dawn Jackson Blatner, especialista em alimentação e autora do livro The Flexitarian Diet, mas se tornou mais popular na última década, traduzindo uma forte tendência de consumo”.
No Brasil mesmo, de acordo com pesquisas, o número de praticantes do flexitarianismo está crescendo e já representa 28% da população. A dieta flexitariana, focada na redução de alimentos de origem animal, abrange hábitos como a Segunda sem Carne ou então a escolha de um ou mais dias da semana para não comer nada de origem animal.
“Essa estratégia alimentar está relacionada a preocupações com o meio ambiente, animais e saúde. Trata-se de fazer a diminuição dos alimentos de origem animal ao invés de excluir totalmente”, explica a educadora.
Opções de receita para a Páscoa
Para você que é vegetariano, vegano ou vai receber em sua casa alguém que adote essas dietas, a professora de gastronomia do Senac EAD indica duas receitas imperdíveis para juntar a família e os amigos em torno da mesa nesta Páscoa.
BACALHOADA VEGANA
Ingredientes: 600g de palmito pupunha; 250 ml de azeite de oliva; 3 batatas grandes; 2 cebolas grandes; 1 pimentão amarelo; 1 pimentão vermelho; 4 tomates; 4 dentes de alho grandes; 2 pimentas de cheiro sem semente; 50 g de azeitonas pretas; salsinha a gosto.
Modo de preparo: Higienizar os ingredientes, afervente as batatas e o alho. Reservar. Cortar os demais ingredientes e colocar em uma travessa que possa ir ao forno. Adicionar as batatas e o alho. Temperar com azeite, sal e pimenta. Assar até que os pimentões estejam macios. Adicionar a salsinha e as azeitonas. Servir.
MOUSSE DE LIMÃO VEGANO
Ingredientes: Suco de 4 limões tahiti; 120g de açúcar demerara; 200g de castanhas de caju cruas e demolhadas (deixar de molho por 2 horas) – sob refrigeração; 100 ml de água; e raspas de limão.
Modo de preparo: Escorrer a água das castanhas. Bater todos os ingredientes no liquidificador e despejar em taças de sobremesa, decorar com as raspas de limão.
Sobre o Senac EAD
Com mais de 77 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nessa modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio.
A partir de 2013, com o lançamento do portal Senac EAD, a instituição ampliou a sua atuação em todo o país. Hoje, oferece um amplo portfólio de cursos livres, técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão a distância, atendendo todo o Brasil e apoiados por mais de 380 polos presenciais para avaliações. Acesse aqui a programação completa de cursos do Senac EAD.
*Com informações da assessoria
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