Os jogos olímpicos de Paris, com abertura oficial marcada para 26 de julho, prometem movimentar o segundo semestre do ano. A competição é uma oportunidade para atrair atenção para os pequenos negócios que atuam direta ou indiretamente no segmento do esporte. Modalidades recentemente incluídas na última edição das Olimpíadas em Tokio, no Japão, como o skate, surfe e escalada foram mantidas e apresentam grandes promessas de pódio para o Brasil, contribuindo para dar mais visibilidade a essas práticas, principalmente para o público infantil e jovem.
O analista de competitividade do Sebrae Nacional, Flávio Barros, destaca que grandes eventos sazonais esportivos como a Olimpíada e a Copa do Mundo estimulam o mercado, criando o interesse pela prática em esportes variados, bem como pela realização de atividades físicas como forma de recreação ou na busca pelo bem-estar.
“É um grande momento que o empreendedor tem que aproveitar. Pensar em promoções e campanhas que despertem no seu público-alvo a vontade de também fazer parte do evento, mesmo à distância”,
afirma.
Segundo ele, focar no público como crianças e jovens é essencial, incluindo-os na cadeia de consumo como novos clientes. Como exemplo, o analista cita as escolinhas infantis de esportes. “Crianças que iniciam, neste momento, uma atividade esportiva, podem ser incentivadas pelo apelo das Olimpíadas a continuar como alunos porque se empolgarão com o esporte. Isso é positivo para a sustentabilidade do negócio ao aumentar o faturamento”, acrescenta.
Aproximação do público
Com a visibilidade dos Jogos Olímpicos, práticas ainda pouco conhecidas têm a chance de se popularizar, contribuindo para atrair mais adeptos à modalidade, e, consequentemente, novos clientes, ou até mesmo favorecer a abertura de novos negócios.
No bairro da Mooca, em São Paulo, a professora de educação física, Bruna do Nascimento, e o namorado italiano, o físico Andrea Prudenziati, são donos da academia de escalada República dos Macacos, especializada na modalidade boulder, uma das práticas olímpicas que foi novidade na edição de 2021, e que se mantém nas competições em Paris. A ideia de abrir o negócio surgiu após o empreendedor voltar do Japão, onde a prática já é bastante popular.
Funcionando há um ano e meio, Bruna conta que um dos principais desafios do negócio tem sido atrair a atenção do público que não entende do esporte. “Muitas pessoas passam aqui na frente e perguntam do que se trata. Ao contrário do que muita gente pensa, é um esporte muito acessível. Na maioria das vezes quem experimenta, volta outras vezes”, comentou.
Ela acrescenta que a escalada chama atenção principalmente de um público mais jovem, que possui mais flexibilidade e menos medo de encarar paredes de 4 a 5 metros de altura, sem auxílio de cordas, característica do bouldering. Já o público mais adulto, ela conta, gosta de participar de competições entre academias, enquanto os mais profissionais, inclusive atletas, frequentam o local para realizar treinamentos.
Rompendo barreiras
O carioca Eduardo Mello é proprietário e coordenador-geral da Nes Escola de Skate em Brasília, que funciona dentro de uma escola particular na capital, atendendo não só crianças que são alunas do estabelecimento como também o público externo de todas as idades. Skatista desde a adolescência, ele resolveu abrir, em 2013, um núcleo da escola que já existia no Rio de Janeiro.
O empreendimento dá aulas nas duas principais modalidades do skate, o street e o park, ambas serão disputadas nesta edição olímpica por nomes conhecidos como Rayssa Leal, que aos 13 anos foi a sensação nos jogos do Japão ao ganhar uma medalha de prata. Eduardo conta que é pré-requisito que os instrutores, além de skatistas experientes, sejam também educadores físicos, aliando a vivência no esporte ao conhecimento acadêmico.
Segundo ele, a entrada do skate nas Olimpíadas reflete a ascensão da prática em grandes competições que ganharam destaque da mídia nas últimas décadas e recebem investimentos de grandes marcas patrocinadoras. Para ele, tudo isso contribui para elevar o interesse da sociedade pela cultura skatista, inclusive quebrando preconceitos.
Eduardo conta que na Olimpíada do Japão, em 2021, quando o skate participou pela primeira vez dos jogos, a ascensão da skatista Rayssa, entre outros nomes, aumentou a procura pelas aulas. De acordo com ele, a prática no Brasil ainda enfrenta barreiras, ao contrário dos EUA, onde o esporte movimenta uma indústria consolidada com a produção de equipamentos, vestuário, calçados, acessórios, entre outros nichos.
“Nas últimas olimpíadas, tivemos uma procura imensa e muitas matrículas. Aproveitamos para realizar eventos de rua, sendo um deles para meninas no Parque da Cidade. Penso que foi um momento de virada de chave até para as pessoas olharem o skate de uma maneira mais positiva. Estar nas Olimpíadas é uma chancela à prática, inclusive como uma oportunidade de profissionalização e carreira”,
pontuou.
*Com informações da assessoria
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