Manaus (AM) – Março é o mês mundial da conscientização da endometriose, doença que ocorre devido ao crescimento do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero e descama na menstruação.
A ginecologista obstetra, Sonia Diniz, que atua no Instituto da Mulher Dona Lindu, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), alerta para os principais sintomas, para o diagnóstico e para o tratamento da doença que afeta muitas mulheres jovens em período fértil.
A doença afeta hoje mais de sete milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva (de 13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e há 30% de chance de que fiquem estéreis.
A dor é o sintoma mais comum da endometriose, conforme explicou a médica. “A dor vai aumentando progressivamente ao longo da vida. Pode ser acompanhada de dor nas relações sexuais, cólica menstrual, geralmente uma cólica bem intensa que vai aumentando, sangramento anormais e pode também levar a infertilidade pelo comprometimento das trompas, uma gravidez na trompa, a gravidez tubária, entre outros”, disse a ginecologista.
Diante da suspeita, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico da endometriose, que pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem.
“Quando a mulher descobre ou desconfia que tem uma dor além do normal durante todo período menstrual, ela deve procurar o serviço de saúde mais próximo, onde tenha um ginecologista para que possa identificar a doença, sendo que o diagnóstico da endometriose, na maioria dos casos, é clínico, feito através dos sintomas”, afirmou a médica.
O tratamento de endometriose é ofertado na rede estadual de saúde, com o Hospital Delphina Aziz, em Manaus, sendo referência.
Entre 2019 e 2021, a rede pública realizou 467 atendimentos ambulatoriais e 317 atendimentos hospitalares em todo o Amazonas.
“O melhor tratamento da endometriose hoje é o hormonal, ou seja, pela interrupção do fluxo menstrual, que pode ser através de medicamentos. Existem também outras drogas utilizadas em casos mais graves”, enfatizou a ginecologista.
Para iniciar o tratamento é necessário encaminhamento médico. A paciente pode obter o pedido em um primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), de responsabilidade das prefeituras municipais.
*Agência Amazonas
Foto: Gilmar Miranda/SES-AM
Edição Web: Bruna Oliveira
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