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Brasil vai aumentar em 433% contribuição para ajuda a palestinos

Presidente Lula prometeu há mais de dois meses, no Cairo, que iria elevar os valores dos recursos doados para a UNRWA

O governo brasileiro vai aumentar em 433% a contribuição financeira do país para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês).

O Brasil doou para a agência US$ 75 mil (cerca de R$ 385 mil em valores atuais) tanto em 2022 como em 2023.

Este blog apurou que o valor passará este ano para USD 400 mil (mais de R$ 2 milhões), a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula prometeu que iria ampliar a ajuda aos palestinos durante uma visita à cidade do Cairo, capital do Egito, em meados de fevereiro.

Na ocasião, em discurso na sede da Liga Árabe, o presidente afirmou que “o governo brasileiro fará novo aporte de recursos para a UNRWA. Exortamos todos os países a manter e reforçar suas contribuições”.

As declarações foram recebidas com fortes aplausos dos embaixadores árabes presentes ao evento.

O novo valor, no entanto, ainda não foi desembolsado. O processo continua tramitando dentro da burocracia do governo federal, sem um prazo definido para o pagamento.

Uma fonte do governo brasileiro lembrou a este blog que o gesto de solidariedade aos palestinos é muito simbólico, mas que não resolverá, obviamente, os problemas da agência.

Isso porque muito mais dinheiro, de vários países, ainda precisa chegar à entidade. “Mas nossas verbas (do Brasil) são limitadas”, disse a fonte.

Polêmica levou a corte de doações

A agência é responsável, desde 1949, pela maior parte da ajuda destinada aos refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, Líbano, Síria e Jordânia.

Isso inclui a manutenção de centenas de escolas, dezenas de hospitais e a distribuição de comida e ajuda humanitária.

A agência, no entanto, se viu cercada por uma polêmica que levou vários países ocidentais a cortar suas contribuições – o que fez com que a UNRWA tenha, neste momento, recursos para continuar operando apenas até junho deste ano.

Caminhão da UNRWA na fronteira de Rafah entre Egito e Gaza / 30/11/2023 REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

A polêmica começou logo depois do início da guerra na Faixa de Gaza, quando Israel afirmou que funcionários da agência teriam ajudado o Hamas nas atrocidades cometidas no dia 7 de outubro do ano passado.

A agência abriu uma investigação e afastou pelo menos 12 funcionários – dos seus mais de 30 mil colaboradores.

Alguns países voltaram a enviar ajuda depois das investigações internas da agência e das punições aplicadas a alguns acusados de ajudar o Hamas.

É o caso dos governos da Austrália, Canadá, Finlândia, Alemanha, Islândia, Japão e Suécia, que levantaram as respectivas suspensões de financiamento.

Os Estados Unidos, maior contribuidor individual da agência, no entanto, não retomou os aportes.

Pelo contrário, o país aprovou uma lei junto com a ajuda militar para Israel vetando o envio de novos recursos para a UNRWA – o que põe em risco a distribuição de ajuda humanitária aos palestinos num dos momentos mais agudos na Faixa de Gaza.

*Com informações da CNN Brasil

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