refugiados Brasil vai aumentar em 433% contribuição para ajuda a palestinos Presidente Lula prometeu há mais de dois meses, no Cairo, que iria elevar os valores dos recursos doados para a UNRWA Em Tempo* - 25/04/2024 às 09:4825/04/2024 às 09:48 O governo brasileiro vai aumentar em 433% a contribuição financeira do país para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). O Brasil doou para a agência US$ 75 mil (cerca de R$ 385 mil em valores atuais) tanto em 2022 como em 2023. Este blog apurou que o valor passará este ano para USD 400 mil (mais de R$ 2 milhões), a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula prometeu que iria ampliar a ajuda aos palestinos durante uma visita à cidade do Cairo, capital do Egito, em meados de fevereiro. Na ocasião, em discurso na sede da Liga Árabe, o presidente afirmou que “o governo brasileiro fará novo aporte de recursos para a UNRWA. Exortamos todos os países a manter e reforçar suas contribuições”. As declarações foram recebidas com fortes aplausos dos embaixadores árabes presentes ao evento. O novo valor, no entanto, ainda não foi desembolsado. O processo continua tramitando dentro da burocracia do governo federal, sem um prazo definido para o pagamento. Uma fonte do governo brasileiro lembrou a este blog que o gesto de solidariedade aos palestinos é muito simbólico, mas que não resolverá, obviamente, os problemas da agência. Isso porque muito mais dinheiro, de vários países, ainda precisa chegar à entidade. “Mas nossas verbas (do Brasil) são limitadas”, disse a fonte. Polêmica levou a corte de doações A agência é responsável, desde 1949, pela maior parte da ajuda destinada aos refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, Líbano, Síria e Jordânia. Isso inclui a manutenção de centenas de escolas, dezenas de hospitais e a distribuição de comida e ajuda humanitária. A agência, no entanto, se viu cercada por uma polêmica que levou vários países ocidentais a cortar suas contribuições – o que fez com que a UNRWA tenha, neste momento, recursos para continuar operando apenas até junho deste ano. Caminhão da UNRWA na fronteira de Rafah entre Egito e Gaza / 30/11/2023 REUTERS/Mohamed Abd El Ghany A polêmica começou logo depois do início da guerra na Faixa de Gaza, quando Israel afirmou que funcionários da agência teriam ajudado o Hamas nas atrocidades cometidas no dia 7 de outubro do ano passado. A agência abriu uma investigação e afastou pelo menos 12 funcionários – dos seus mais de 30 mil colaboradores. Alguns países voltaram a enviar ajuda depois das investigações internas da agência e das punições aplicadas a alguns acusados de ajudar o Hamas. É o caso dos governos da Austrália, Canadá, Finlândia, Alemanha, Islândia, Japão e Suécia, que levantaram as respectivas suspensões de financiamento. Os Estados Unidos, maior contribuidor individual da agência, no entanto, não retomou os aportes. Pelo contrário, o país aprovou uma lei junto com a ajuda militar para Israel vetando o envio de novos recursos para a UNRWA – o que põe em risco a distribuição de ajuda humanitária aos palestinos num dos momentos mais agudos na Faixa de Gaza. *Com informações da CNN Brasil Leia mais: Wilson apresenta mercado de carbono e iniciativas sustentáveis à embaixadora polonesa Local de prova do concurso unificado será divulgado nesta quinta Professores concursados em escolas estaduais diminuem em dez anos Entre na nossa comunidade no Whatsapp!