Manaus (AM) – Após a prorrogação do decreto que reduz em 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e descumprimento da promessa do governo federal de isentar os produtos da Zona Franca, centrais sindicais estão se mobilizando, durante esta semana, para uma possível paralisação no Polo Industrial de Manaus.
O Polo Industrial de Manaus (PIM), que no período de janeiro a outubro de 2021 registrou faturamento de R$95,49 bilhões e empregou 95.690 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados, pode registrar neste ano rendimento diferente devido aos constantes ataques e possível estagnação temporária.
O consultor econômico e professor universitário, Mourão Júnior explica que apesar da importância de uma possível paralisação, as consequências econômicas serão de alto risco.
“A paralisação vai, em simultâneo, causar danos às empresas localizadas, às empresas nacionais que vendem para cá e também causará um dano na própria arrecadação do estado. É um movimento que preocupa, mas que acende um alerta aos danos que o decreto pode causar ao modelo”,
declarou.
A informação da “parada geral” foi anunciada pelo vereador Sassá da Construção (PT). Segundo ele, cerca de dez sindicatos estão se reunindo e preparando paralisação com o objetivo de garantir a segurança da ZFM.
“São vários sindicatos envolvidos, mais de dez, que estão se organizando para ajudar os trabalhadores do distrito que estão preocupados em perder o emprego”,
afirmou Sassá.
A mobilização tem sido discutida desde março deste ano, após as primeiras mudanças nos decretos do IPI, inicialmente registrada pelo vereador, ao anunciar na Câmara Municipal de Manaus (CMM) a problemática e registrou uma moção.
O documento de número 30/2022, que foi aprovado em 2021, salienta o repúdio a política de redução prevista no decreto, por “prejudicar os trabalhadores, a economia amazonense e ameaçar o futuro da Zona Franca de Manaus”.
O Senador Plínio Valério (PSDB) vem acompanhando a situação desde as primeiras mobilizações e defende que subsídios ao polo industrial o qual permite que 95% da floresta no estado do Amazonas continue “de pé”, afirma que não acha a estratégia de paralisação a melhor decisão.
“Se paralisar, como é que vai retomar depois o prejuízo. Preciso ouvir a categoria, os setores. A paralisação é uma coisa radical, perigosa”,
disse.
Segundo o deputado federal Zé Ricardo (PT), uma possível paralisação é importante para pressionar e chamar a atenção para as consequências acerca da mudança de valor do IPI.
“O setor empresarial também falou em paralisação, mas cobram que tenha uma decisão judicial e haja um encaminhamento por parte do governo e outras entidades para cobrar e pressionar o governo federal pela revisão da medida desse projeto”,
afirmou.
O deputado estadual e economista Serafim Corrêa (PSB) defende a ideia de que os sindicatos devem possuir sua autonomia para a tomada de decisão e respeita o posicionamento dos movimentos. Entretanto, afirma que esse não é o melhor direcionamento para lidar com a situação no momento.
“Entendo que neste momento, mais que uma paralisação, nós precisamos ter unidade de força. Temos que atuar em conjunto, deputados federais, senadores, governador, superintende da ZFM, líderes empresariais e trabalhadores, todos juntos em defesa do interesse coletivo. Isso é muito importante e venho defendendo”,
declarou o autor do livro ‘Zona Franca de Manaus – História, Mitos e Realidade’.
Antecedente à possível paralisação, as organizações devem realizar ainda nesta semana uma manifestação em defesa dos empregos na região. Conforme o presidente do sindicato dos metalúrgicos (Sindimetal), Valdemir Santana, o movimento realizado será para chamar a atenção das autoridades.
“Vamos fazer um ato das centrais sindicais. Não é um ato político. É um ato em defesa do emprego. Se não for resolvido a gente vai parar toda a Manaus. Esse governo é um irresponsável. Não somos contra reduzir impostos das empresas que estão no Brasil e não dos impostos dos importados”,
apontou.
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Paralisação vai prejudicar o “infrator” ou a “vítima ” desse problema??
Aos políticos e empresas desses mais de 50 anos_ TEM QUE AGIR E NÃO REAGIR!
O PIM já estar se tornando idoso e até o momento não conseguiu mudar uma única “vírgula ” na direção de desenvolver e ter tecnologia própria; de ter uma industria de base autosustentável que possa exportar produtos e tecnologias para o mundo inteiro; de ter qualquer outro “destino melhor ” para o qual se caminha, que no atual cenário será sua obsolescência e desmonte total.
sindicato de trabalhadores que não trabalham… tá certo