Manacapuru (AM) – O Festival de Ciranda de Manacapuru é uma festa popular brasileira que ocorre anualmente no município, distante 68 quilômetros de Manaus, e atrai cerca de 50 mil turistas todos os anos. Tradicionalmente ocorre no último final de semana de agosto. Com a pandemia, foram dois anos afastados do público presencialmente. As três agremiações de ciranda Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional já fazem ensaios e falam sobre expectativas para o grande dia de retorno.
Conforme Gaspar Fernandes, diretor cultural da Flor Matizada, a agremiação já tinha um tema pronto e delimitado desde novembro de 2019, mas veio a pandemia e o trabalho ficou suspenso por esse período.
“É um trabalho que traz uma temática relevante e atual. Já tem um conjunto de cirandadas prontas, então o nosso trabalho de planejamento para apresentação deste ano já teve início. Já estamos na quarta reunião, nossos produtores musicais já estão em estúdio produzindo a nossa coleção de cirandadas. ‘O melhor de nós está de volta’”. Com essa frase, Fernandes, resume a expectativa da agremiação para o XXIV Festival de Cirandas de Manacapuru.
O diretor cultural falou sobre o período de pandemia e sobre a expectativa para retorno. “Foi muito triste para quem faz arte com paixão como o manacapuruense ficar represado como tivemos que ficar. Nós tivemos as lives e foi o que aliviou um pouco a nossa paixão pela nossa arte. Estamos preparados e com as melhores expectativas de um grande festival com um aporte bem melhor. Isso para nós é de muita alegria, como já tínhamos um trabalho pronto foi muito mais fácil esse retorno de construção desse evento”, destacou.
A Guerreiros Mura também afirmou estar preparada para o retorno do Festival de Cirandas. “ Já começamos os nossos e depois de dois anos longe da arena finalmente vamos voltar a brincar de ciranda. Durante a pandemia só fizemos a live apenas para suprir a saudade que estávamos de sentir, de assistir as nossas cirandas . Estamos felizes com o retorno, trabalhando para colocar nossa ciranda novamente na arena ”, relatou Caio Geovanne, representante da agremiação.
Caio afirmou ainda que o projeto deste ano busca o título. “Nessa retomada estamos organizando nossa ciranda e colocando nosso projeto em prática. Vamos em busca desse título e de um grandioso espetáculo. Podem esperar uma guerreiros imponente, ousada e diferente”, declarou.
Já a Ciranda Tradicional afirma que em 2022 aposta bastante em personagens típicos. Magal Pinheiro, presidente da agremiação, disse que a expectativa é para um ótimo resultado este ano. “Somos o atual campeão do festival e esperamos tudo de bom para esse retorno. Todas as programações da ciranda estão sendo divulgadas pela cidade. Esses dois anos de pandemia foram de superação e aprendizado. Os sócios, cirandeiros, torcedores e simpatizantes podem aguardar uma ciranda competitiva e grande que vem para ganhar títulos”, concluiu.
Para o artista Edu Misquita que interpreta um personagem em uma das cirandas, “é uma felicidade reestrear dentro do Parque do Ingá e a expectativa é positiva para matar a saudade do público e ter contato com eles. Carrego o personagem Honorato e tenho certeza que a minha ciranda Tradicional vai trazer o troféu de campeã este ano”, destacou.
História
Segundo a mestre em história pela UFRJ e produtora cultural em Manaus, Karollen Lima, a festa fala tanto da história, quanto a história fala da festa, bem como das pessoas que a realizam. Dizem que a celebração da ciranda aconteceu efetivamente na década de 80, mas antes disso já brincavam e celebravam as comemorações nas ruas, nas casas, nas quadras, nos bailes e nos ajuntamentos de pessoas.
A ciranda é oriunda desses movimentos, promovendo a unificação de diversos sujeitos que possuem esse símbolo de comemoração e se devotam em cada detalhe, seja através da construção de figurinos ou mesmo da representação de personagens marcantes na história.
“Por meio das músicas e das danças há a expressão das identidades e das ancestralidades, reafirmando a memória dos povos amazônicos. O valor histórico e cultural desse movimento é grandioso por comunicar a herança ancestral e por constituir uma rede de pessoas que se movimentam para a realização do festival, dedicando-se dia-a-dia para que essa manifestação não se perca em meio ao presente das coisas efêmeras. Além disso, é inegável o impacto da comemoração na economia local e criativa da cidade de Manacapuru”, concluiu Lima.
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