A Justiça do Amazonas determinou que uma unidade do salão Belle Femme, de propriedade da família da ex-sinhazinha do Garantido Djijda Cardoso, seja despejada por falta de pagamento do aluguel, em Manaus.
O estabelecimento comercial está no nome da ex-empresária, que morreu em maio deste ano, vítima de overdose de cetamina.
Segundo a decisão, o valor da dívida atualizado ultrapassa R$ 76 mil e é maior que o eventual caução referente aos três últimos meses de aluguel, totalizado em R$ 21 mil. Por conta disso, a Justiça decidiu pelo despejo do estabelecimento do local.
O documento também deu um prazo de 15 dias para desocupação voluntária do espaço. Para que possam permanecer no local, é necessário pagar o valor da dívida no mesmo período.
Caso Djijda
O delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso que investiga a família da ex-sinhazinha do Garantido Djidja Cardoso, afirmou que vítimas da seita criada por Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, respectivamente, foram mantidas em cárcere privado.
De acordo com declaração de Túlio ao jornal O Globo, as vítimas teriam ficado “despidas por vários dias”, seriam abusadas sexualmente e obrigadas a fazer uso de substâncias alucinógenas.
“Diversas pessoas já foram ouvidas no curso da investigação. Duas pessoas relataram fatos criminosos que levam a crer na possibilidade prática de estupro de vulnerável. Inclusive, com a possibilidade de ter acontecido um aborto com uma dessas garotas”, afirma o delegado.
Cleusimar, mãe de Djidja, e Ademar, irmão da ex-sinhá, foram presos por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele é acusado tambem de estupro.
Segundo a polícia, a ex-companheira de Ademar seria uma das vítimas da seita comandada pela família e “Pai, Mãe, Vida”. A organização religiosa fazia uso de cetamina, uma droga com efeitos alucinógenos.
“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si”, apontou o delegado.
O local onde as vítimas haviam sido mantidas — o mesmo onde a família morava — tinha “cheiro de podridão”, com centenas de seringas e doses da droga espalhadas pelo local.
“Outras duas pessoas relataram essa situação do estupro, principalmente por terem sido dopadas durante o ato sexual e não se lembrarem nada sobre aquilo. Algumas delas permaneceram despidas por vários dias, sem sequer tomar banho, em uma situação de cárcere privado. Inclusive, no momento que adentramos naquela residência, o cheiro de podridão era muito forte”, disse o delegado.
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