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Partido Novo é sigla mais à direita e PSTU a mais à esquerda no Brasil, diz GPS partidário

Segundo a Folha de S.Paulo, o levantamento posiciona legendas segundo perfil de trocas partidárias, coligações, votações e frentes na Câmara

Sessão plenária virtual da Câmara dos Deputados - Foto: Lula Marques/Agencia Brasil

O partido Novo é a legenda mais à direita no país, papel que à esquerda é ocupado pelo PSTU.

O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, é o segundo mais à direita, enquanto o PT, do presidente Lula, é o quinto mais à esquerda. Ao centro está o MDB.

Em Manaus, o partido Novo é representado nas eleições municipais de 2024, pela candidata a vice-prefeita, Maria do Carmo Seffair (Novo), que compõem a chapa da coligação ‘Ordem e Progresso’, com o candidato do Partido Liberal (PL), Capitão Alberto Neto.

O candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) na capital amazonense é o professor Gilberto Vasconcelos.

A definição sobre o grau de ideologia de 28 partidos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi dada pelo GPS partidário, modelo estatístico criado pela Folha para medir a proximidade entre as legendas a partir de quatro variáveis.

A métrica considera a migração de candidatos entre as eleições de 2020 e 2024, a participação em frentes parlamentares, as votações na Câmara dos Deputados de 2023 até 15 de agosto e as coligações formadas para as eleições de outubro.

Os partidos foram posicionados em um ranking de proximidade, que reflete preferências políticas e ideológicas. Quanto mais próximo de 1, mais à esquerda. Quanto mais próximo de 100, mais à direita.

O único partido que não integra o ranking é o PCO, pela insuficiência de informações que atendam aos critérios. A legenda não tem representação na Câmara, não coligou a outros partidos no pleito deste ano e teve menos de dez trocas de candidatos em relação a 2020. Ele foi posicionado à esquerda, entretanto, pela sua autodefinição.

O GPS Partidário permite compreender como os partidos se posicionam na prática e a dimensão de cada espectro ideológico no país.

O partido Novo é o mais à direita em todas as variáveis analisadas, atingindo a média máxima de 100. O PL aparece na sequência, com média de 94,5, seguido de perto pelo PRTB do ex-coach e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal, com 94,35.

Apesar de não pontuar em dois critérios por não ter representantes no Congresso, assim como o PRTB, o PSTU é a sigla mais à esquerda tanto em relação à migração partidária, que envolveu principalmente siglas de esquerda, a exemplo de PSOL e PDT, quanto em relação à coligação, pois fez apenas uma aliança, com o PSOL e Rede no município de Indaiatuba, no interior de São Paulo.

No PRTB, da mesma forma, a probabilidade de fazer coligações com siglas de perfil ideológico diferente é menor em comparação ao PL.

Dentre os partidos com representação na Câmara, o PSOL é aquele mais à esquerda no ranking, ocupando a terceira posição geral, com 7,35, atrás da UP, com 4,67.

O PT é o partido que vota mais à esquerda, uma vez que há interesse do Executivo na aprovação de parte das matérias, o que faz do partido referência de voto.

Nas eleições municipais de Manaus, o PT é representado pelo candidato Marcelo Ramos, junto com o ex-deputado estadual Luiz Castro (PDT) como vice na sua chapa.

O arco de alianças do candidato à prefeito de Manaus é formado pelos partidos PT, PCdoB e PV, que compõem a Fe Brasil – a Federação ainda formada pelo Psol e Rede; o PDT; e o Solidariedade.

Os partidos do centro estão mais próximos à direita do que à esquerda no somatório geral. O Agir, a sigla do centro mais próxima da direita, tem 63,7 de média, enquanto o Republicanos ocupa a última posição à direita, com 66,75.

Já o Solidariedade é o partido de centro mais próximo à esquerda, com 42,74 na média geral. O PDT é a sigla da esquerda que está mais perto do centro, com 29,83 de média.

Nas eleições de 2022, o jornal desenvolveu outra métrica sobre a ideologia das legendas. Naquela ocasião, também foram considerados no cálculo a autodeclaração dos congressistas, a opinião de especialistas e o posicionamento na ferramenta GPS Ideológico, lançada em 2019 e descontinuada por ser feita com base em interações no Twitter –que mudou a coleta de dados na plataforma.

METODOLOGIA

Como a reportagem coletou e analisou dados

Fontes para a análise

  • Migração partidária: padrões de mudança de partido entre os políticos a partir de dados de candidatura registrados pelo TSE até 2 de setembro;
  • Frentes parlamentares: participação dos partidos em diferentes frentes temáticas na Câmara dos Deputados neste ano a partir de dados coletados no site da Casa em 29 de agosto;
  • Coligações eleitorais: alianças formadas entre partidos nas eleições de 2024 municipais com dados de candidatura registrados pelo TSE até 2 de setembro;
  • Votações na Câmara: padrão das votações dos deputados de acordo com o partido desde 2023 até 15 de agosto.

Técnicas estatísticas

Para analisar os dados sobre migrações partidárias, frente parlamentares e coligações eleitorais foi aplicada a técnica de Análise de Correspondência para extrair as principais tendências dos partidos.

O posicionamento nas votações da Câmara foi obtido por meio do método estatístico da Teoria de Resposta ao Item em conjunto com o método de Monte Carlo, técnica matemática para lidar com dados faltantes, como no caso de deputados ausentes em votações

Classificação

Para cada medida, os partidos foram classificados com base em sua posição relativa. Esses rankings são então normalizados para uma escala de 1 a 100, onde 1 representa a posição mais à esquerda e 100 a posição mais à direita no espectro político. O posicionamento final de cada partido é determinado pela média aritmética simples dos quatro rankings normalizados. Os partidos são então ordenados com base nessa média e categorizados em grupos no espectro político.

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