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Aumento dos valores

Manaus tem a terceira cesta básica mais cara do Brasil

Cesta básica da capital amazonense tornou-se a terceira mais cara do Brasil, superada apenas por São Paulo (R$ 934,08) e Rio de Janeiro (R$ 1.046,44)

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O preço médio da cesta básica em Manaus aumentou 16% entre abril e setembro, alcançando R$ 809,60, conforme pesquisa realizada pela Horus Inteligência de Mercado e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Em comparação a agosto, houve um crescimento de 2%. Com esse aumento, a cesta básica da capital amazonense tornou-se a terceira mais cara do Brasil, superada apenas por São Paulo (R$ 934,08) e Rio de Janeiro (R$ 1.046,44).

O estudo apontou que, nos últimos seis meses, o valor da cesta básica caiu quatro das oito capitais analisadas, sendo Brasília a que registrou a maior redução, com 6,7%. Em contraste, Manaus foi uma das quatro capitais que apresentaram aumento no mesmo período.

Em abril deste ano, o preço da cesta básica em Manaus era de R$ 697,93. O valor caiu para R$ 679,59 em maio, mas a partir de junho, iniciou uma sequência de aumentos, atingindo R$ 715,88.

Em julho, o preço subiu para R$ 778,02, e em agosto, para R$ 793,91, antes de chegar aos atuais R$ 809,60.

O levantamento indicou que o aumento em Manaus foi o segundo maior registrado em setembro, perdendo apenas para Curitiba, que teve um crescimento de 3,5% na cesta básica.

Produtos mais caros

Ao Em Tempo, a economista Denise Kassama, explica que tradicionalmente é a cesta básica de Manaus configura sempre as mais caras devido aos produtos consumidos na cidade não serem de produção local, mas que fatos climáticos que ocorreram nos últimos tempo também influenciaram para o aumento no preço.

“Tradicionalmente a cesta básica de Manaus configura sempre as mais caras. Por quê? Boa parte dos alimentos consumidos que compõe a cesta básica não são produzidos localmente, vem de outras partes. Podemos atribuir fatores climáticos que podem ter afetado o abastecimento dos mercados, então desde as cheias lá no Rio Grande do Sul, até a estiagem no Centro-Oeste, isso certamente comprometeu as safras o que reduziu a oferta de alimentos no mercado, pressionando o preço para cima”, diz a economista.

Denise também relata que a capital amazonense também sobre um adicional, que é a seca. Durante a estiagem no Amazonas, muitas transportadoras já estão cobrando a taxa seca, sendo um valor adicional ao custo do frete.

“Aqui a gente tem um adicional que é a seca. A seca dos rios tem dificultado bastante a logística, tanto dos produtos produzidos no interior do estado do Amazonas, quanto os que vem de outras localidades, onerando o custo logístico. Então muitas transportadoras já estão cobrando a taxa seca, que é um valor adicional ao custo do frete, porque uma viagem normal que poderia, por exemplo, três dias está demorando cinco a seis dias, isso aumenta o custo o uso de combustível por parte dos barcos”, afirma a economista.

“A navegabilidade dos rios tem pressionado a navegar mais lentamente, até porque o calado está muito baixo, isso aumenta o custo de manutenção da tripulação, como salários, alimentação e o curso logístico como um todo e o operador logístico acaba cobrando essa taxa que o cliente acabar repassando para o produto final. Então por isso aumenta significativa o valor de vários itens que vem de principalmente os que vem de fora. Mas os que vem de dentro também não ficam muito atrás porque também com essa estiagem muitas plantações ficaram comprometidas, reduzindo a oferta de alimentos no mercado também”, completou.

Aos consumidores a economista dra. Michele Aracaty incentiva a pesquisa de presos e busca por substituição dos insumos com preço mais elevado.

“Aos consumidores cabe a tradicional pesquisa de preços e buscar substituir produtos de marcas nobres ou famosas por produtos de marcas menos conhecidas ou de segunda linha. A estiagem deve durar algum tempo e o consumidor precisa se organizar para não perder o controle do orçamento doméstico. A cesta básica tem um peso significativo no orçamento das famílias sendo constituída por produtos essenciais que não devem faltar na mesa das famílias”, diz a economista.

Valores dos itens

Dos 18 produtos analisados, o café, tanto em pó quanto em grãos, apresentou aumento em todas as oito capitais brasileiras, com uma alta de 3,4% em Manaus.

O item que mais cresceu entre os alimentos básicos foi o feijão, que subiu 3,8% em setembro. O frango teve o terceiro maior aumento, com um acréscimo de 1,9%, seguido pela farinha de mandioca (1,9%), açúcar (1,5%), manteiga (1,1%) e massas alimentícias secas (0,8%).

O óleo não apresentou variação de preço e manteve os valores de agosto. Os únicos produtos que registraram queda na capital amazonense foram o leite ultrapasteurizado (UHT), que ficou 0,7% mais barato, e o fubá e farinhas de milho, que tiveram uma queda de 6,5%.

No acumulado de abril a setembro, o café em pó e em grãos subiu 13,4% em Manaus, seguido pelo frango (11,8%), manteiga (6,5%), óleo (3,4%) e leite UHT (2%). Esses itens foram os que mais aumentaram de preço entre as capitais analisadas.

Anna Carolina Veiga Fercher, analista e head de Customer Success e Insights da Neogrid, destacou que o preço do café continua a subir, com elevações registradas em sete das oito capitais.

Ela atribuiu o aumento à baixa oferta nacional do produto, causada por variações climáticas que afetaram o cultivo, além da valorização no mercado internacional.

O aumento do preço do leite UHT está relacionado à necessidade de suplementação do gado, já que as pastagens têm sido impactadas pela seca. A produção de açúcar também enfrenta dificuldades devido às condições climáticas que afetam o cultivo da cana-de-açúcar.

Cesta ampliada

Quando considerada a cesta de consumo ampliada — que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além dos alimentos — o valor médio aumentou em seis das oito capitais analisadas, variando entre 1,9% e 3,0%.

O Rio de Janeiro (R$ 2.428,89) e São Paulo (R$ 2.207,17) continuam a ter os valores mais altos, enquanto Salvador e Manaus apresentam os menores, com R$ 1.693,51 e R$ 1.763,80, respectivamente.

Em Manaus, a cesta ampliada teve um aumento de 2,1% entre agosto e setembro. Dos 33 produtos analisados, itens como creme de leite, detergentes, requeijão, biscoitos, molho de tomate, cerveja e refrigerantes registraram alta de preços em todas as capitais. O creme dental teve o maior aumento na cidade, de 5,5%.

Segundo a pesquisa, o aumento no valor da cesta básica em setembro é resultado do repasse dos custos de produção, tanto de insumos nacionais quanto importados.

O aumento do dólar estimula as exportações e encarece as importações, impactando especialmente os consumidores de baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.

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