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comportamento animal

Por que os gatos fazem o que fazem?

Entender a psicologia dos gatos é uma forma de cuidar melhor deles

Foto: Arquivo Pessoal/Em Tempo

Se tem algo que sempre me intrigou nos meus gatos, Wolverine e Grey, é o modo como eles se comunicam e expressam suas emoções. Quem convive com felinos sabe que, para entender suas ações, é preciso observar muito além do óbvio.

Como veterinária, meu conhecimento técnico sobre comportamento animal me ajuda bastante, mas é no dia a dia, com as situações mais inesperadas, que realmente aprendo a decifrar a mente felina.

O Wolverine, por exemplo, é mestre em “falar” com o olhar. Ele tem um jeito muito particular de pedir coisas — desde comida até atenção — apenas se posicionando estrategicamente e me encarando. Isso acontece porque gatos, na natureza, economizam energia e preferem gestos sutis.

É o oposto da Grey, que mia com diferentes tons dependendo do que quer. Ao longo dos anos, percebi que o tom mais longo e insistente é um pedido urgente, enquanto os miados curtos e suaves são convites para brincar.

Um comportamento que sempre gera curiosidade nos tutores é o hábito dos gatos de “amassar pãozinho”. É encantador assistir Wolverine fazendo isso no sofá, mas esse gesto tem uma explicação científica: remonta à infância dos gatos, quando amassavam a barriga da mãe para estimular a produção de leite.

Em gatos adultos, é um sinal de relaxamento e felicidade. Então, quando vejo um dos dois amassando alguma superfície, sei que eles se sentem seguros e confortáveis em casa.

Outro ponto fascinante da psicologia felina é o apego ao território. Gatos, por natureza, são territorialistas, e qualquer mudança no ambiente pode causar estresse. Quando mudei alguns móveis na sala, percebi que a Grey passou dias explorando os novos espaços, enquanto o Wolverine ficou mais recluso, observando de longe. Isso me lembrou como é importante respeitar o tempo de adaptação de cada gato e criar ambientes que permitam a exploração segura.

A parte mais divertida, porém, é desvendar os momentos de caça simulada. Wolverine adora emboscadas — ele se esconde atrás de móveis e “ataca” brinquedos ou até a Grey. É instinto puro, uma herança dos ancestrais selvagens. Brincadeiras que imitam esse comportamento são ótimas para a saúde mental e física dos gatos, e também ajudam a canalizar a energia de forma positiva.

Entender a psicologia dos gatos é mais do que curiosidade, é uma forma de cuidar melhor deles. Cada comportamento, por mais simples que pareça, carrega uma história evolutiva e uma emoção. Wolverine e Grey me ensinam todos os dias que, quando prestamos atenção aos detalhes, nossos gatos revelam muito mais do que imaginamos. E você? Já parou para observar o que seu gato está tentando lhe dizer?

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