O deputado estadual e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas, Sinésio Campos, respondeu nesta quarta-feira (15) às críticas feitas pelo vereador Zé Ricardo, também do PT, que sugeriu sua expulsão da sigla devido a divergências relacionadas à gestão partidária.
“Primeiro, eu não tenho nada a declarar, tenho muito a trabalhar. Sou presidente estadual, fui eleito para dirigir o partido e estou conduzindo o meu trabalho, porque há muito a ser feito”, afirmou Sinésio.
Sinésio negou a possibilidade de uma crise interna ou a falta de diálogo entre os membros do partido no Amazonas.
“Essas questões estão relacionadas a diferenças de cunho pessoal. Eu trato de política, não de questões pessoais. Fui eleito deputado estadual para trabalhar. Agora, quem foi eleito vereador, que mostre quais pautas vai defender na Câmara Municipal”, destacou o parlamentar, direcionando uma crítica direta a Zé Ricardo.
Brigas no partido
O ex-vereador e secretário extraordinário de Manaus, Sassá da Construção Civil (PT), também reagiu às críticas feitas pelo vereador eleito Zé Ricardo (PT) durante uma entrevista na segunda-feira (13).
Em entrevista ao Em Tempo, Sassá afirmou que, se Zé Ricardo está insatisfeito com o partido, a decisão de deixar a legenda deve ser dele, não dos outros membros. O ex-vereador ainda considerou as palavras de Zé Ricardo como “muito infelizes”.
“Ele só critica o partido, no lugar de ajudar e contribuir. Ele só foi deputado federal em 2014, por causa do vereador Sassá, com os 15 mil votos que eu consegui que ele entrou. Se ele está insatisfeito com o partido, quem tem que sair é ele, e não a gente”, disse Sassá.
Zé Ricardo, por sua vez, sugeriu que figuras como Sinésio Campos e Sassá da Construção deixassem o PT para melhorar a imagem da legenda no Amazonas. Em sua entrevista, o vereador afirmou que o partido enfrenta desafios como qualquer outra sigla e que a saída de algumas figuras poderia ser benéfica para o PT. “Se eles saíssem, fariam um grande favor ao Partido dos Trabalhadores e aos trabalhadores”, declarou.
O vereador também fez críticas a outros membros do partido, incluindo o deputado estadual Sinésio Campos e o próprio Sassá. Para Zé Ricardo, a saída desses integrantes poderia contribuir para a melhoria da imagem do PT na região.
Sassá, por sua vez, ressaltou que as divergências internas devem ser resolvidas dentro do partido, e não expostas publicamente. “Nós queremos um partido de união, que some. Se temos problemas dentro do partido, isso deve ser resolvido dentro do partido, não por fora publicamente”, afirmou.
Ele também lembrou que, em 2025, ocorrerá o Processo de Eleição Direta (PED), e caso Zé Ricardo se considere mais forte, ele terá a oportunidade de demonstrar isso nas urnas, desafiando a chapa liderada por Sassá.
“Nós teremos o PED e vai ter a chapa, e ele coloque a chapa dele. Caso ele ache que a chapa dele é mais forte que a gente, que ele derrote a gente nas urnas, derrote o Sassá, derrote o Sinésio, derrote o Vladimir Santana, derrote os outros membros do partido”, destacou Sassá.
O PED será realizado no dia 6 de julho de 2025, com o uso de urnas eletrônicas, e tem como objetivo renovar as Direções Partidárias, conforme regulamento a ser aprovado pelo Diretório Nacional na primeira reunião de 2025.
Sassá enfatizou que não tem nada contra o vereador Zé Ricardo, mas criticou sua postura. “Não tenho nada contra ele, mas ele só foi alguma coisa no partido com os votos do Sassá e os votos dos membros do partido. No lugar dele estar falando mal do Sassá e dos membros do partido, ele tem que falar das coisas boas que o partido está fazendo. Ele tem que utilizar o mandato dele para defender o PT, não falar mal.”
O cientista político e advogado Carlos Santiago, em entrevista ao Em Tempo, avaliou as desavenças internas no PT. Segundo ele, os partidos políticos, especialmente os de esquerda no Amazonas, enfrentam sérios desafios devido à falta de coesão interna e à ausência de propostas claras para conquistar o poder.
Santiago observou que muitos desses partidos estão fragmentados, sem base sólida e com dificuldades para alcançar cargos significativos nas eleições de 2026. “Uma sigla partidária sem um objetivo claro acaba sobrando brigas, acusações, e nada mais”, afirmou.
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱