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Bolsonaristas no Amazonas reagem à denúncia contra Bolsonaro

Parlamentares da direita amazonense criticam a denúncia da PGR contra Bolsonaro, enquanto Eduardo Braga defende a atuação das instituições

Parlamentares da direita amazonense se manifestaram nas redes sociais em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (19). As declarações vieram após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia de 272 páginas que aponta Bolsonaro como figura central em uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

O deputado federal Alberto Neto (PL) criticou duramente a esquerda, acusando-a de fabricar narrativas e manipular informações sob o pretexto de defender a democracia. Segundo ele, essa estratégia se assemelha a práticas adotadas por regimes ditatoriais.

Ele também afirmou que a população e a comunidade internacional estão atentas à situação política no país. Para o parlamentar, há uma perseguição contra a oposição, o que, em sua visão, ameaça a democracia.

“Do que a esquerda tem medo? Essa fórmula de criar acusações, fabricar narrativas e manipular informações fingindo defender a democracia, é a definição de regimes ditatoriais.

Mas o povo brasileiro está atento, o mundo está acompanhando o que está acontecendo no Brasil, e todos estão vendo essa perseguição política contra a oposição.

Não vamos desistir. Nosso compromisso é pela pátria, pela família e pela liberdade do povo brasileiro. Seguiremos firmes em defesa da democracia para que o Brasil volte a ser uma grande nação novamente!”

A denúncia da PGR, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, detalha uma suposta organização criminosa que teria sido formada para manter Bolsonaro no poder, baseada em datas, fatos, mensagens, geolocalizações, depoimentos e documentos.

A deputada estadual Débora Menezes também criticou o que considera ser uma nova investida do sistema contra Bolsonaro. Para a parlamentar, há uma tentativa de impedir que a população tenha liberdade de escolha nas eleições.

“Essa narrativa de ‘golpe’ não convence ninguém! O que estamos vendo é um teatro político, uma tentativa de criminalizar a direita e silenciar a oposição.”

“Mas eu digo aqui: Bolsonaro não está sozinho! Seguimos juntos, firmes e prontos para lutar por um Brasil livre, onde a democracia não seja usada como desculpa para perseguições políticas.”

O coronel Menezes (PP) também reafirmou apoio ao ex-presidente e destacou a amizade entre os políticos nas redes sociais.

“Estaremos sempre juntos irmanados pelo sentimento de amizade e acima de tudo, pela vontade de construir um Brasil melhor para todos os brasileiros,” declarou Menezes.

Enquanto isso, em entrevista à TV Senado, o senador Eduardo Braga (MDB) afirmou que a PGR está cumprindo seu papel na denúncia contra Bolsonaro.

“As instituições democráticas brasileiras estão funcionando. A PGR fazendo o seu papel, o Supremo vai fazer o seu papel, a advocacia de defesa dos acusados farão o seu papel, nós temos que com tranquilidade aguardar, portanto, o julgamento,” disse o senador.

O ex-presidente e outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR por tentativa de golpe de Estado nessa terça-feira (18).

Gravidade

O vereador Zé Ricardo (PT), ao Em Tempo, destacou a gravidade das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Para o parlamentar, as investigações deixam evidente a existência de uma tentativa de golpe contra a democracia, supostamente organizada por Bolsonaro, militares de alta patente e integrantes de entidades públicas.

“Essas denúncias da Procuradoria-Geral da República mostram claramente, a tentativa de golpe contra a democracia. Essa quadrilha que se organizou, encabeçada por Bolsonaro, alguns generais, militares e também integrantes de outras entidades públicas. Eles estavam querendo aplicar um golpe, no qual estava incluso o assassinato do presidente da República eleito e do vice, assim como do ministro do Supremo, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.”

“Agora, tem que haver todo o rigor nesse julgamento, esperando que o STF aceite essas denúncias, que estão bem comprovadas nas investigações feitas pela Polícia Federal. Imagine: o Brasil estava à beira de um golpe de um grupo fascista que ia se apoderar do país. Imagine o grau de violência que nós teríamos no Brasil se eles tivessem conseguido levar adiante sua proposta inicial, que era assassinar lideranças políticas, como o presidente Lula.”

Realmente, tem que haver todo o rigor na punição a eles e a outros apoiadores. Eu acho que isso deveria se estender a todos que patrocinaram e organizaram os acampamentos em frente aos quartéis e, ao mesmo tempo, a todos os apoiadores empresariais. É um absurdo que, em um país onde o Estado Democrático de Direito estava ameaçado, um bando de aproveitadores autoritários tenha agido dessa forma.”

Entenda os principais pontos da denúncia da PGR

  • Ataque às urnas: A denúncia inclui mensagens indicando que um grupo liderado pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, teria orientado militares a divulgar informações falsas sobre supostas fraudes no sistema eleitoral, que nunca foram comprovadas. Segundo a PGR, Bolsonaro não teria gostado do primeiro relatório do Ministério da Defesa, que apontou a inexistência de fraude, e ordenou ajustes no documento.

“O ímpeto de violência da população contra o Poder Judiciário foi exacerbado pela manipulação de notícias eleitorais baseadas em dados falsos”, afirma a denúncia.

  • O núcleo crucial: A PGR sustenta que a organização criminosa tinha um “núcleo crucial” para tomar decisões estratégicas, composto por Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto. Mauro Cid, segundo as investigações, atuaria como “porta-voz” do ex-presidente no esquema.
  • Abin paralela: O uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de autoridades e opositores do governo também faz parte da denúncia.

“Para construir os ataques virtuais, o grupo criminoso se valia indevidamente da estrutura de inteligência do Estado”, diz a PGR.

  • Reuniões de Bolsonaro: A denúncia menciona encontros estratégicos, como a reunião ministerial de 5 de julho de 2022 e o encontro com embaixadores em 18 de julho do mesmo ano, onde Bolsonaro questionou a confiabilidade do sistema eletrônico de votação.
  • Blitze da PRF em 2022: O inquérito destaca que os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições, que pararam mais de 2 mil ônibus no Nordeste, tinham o objetivo de impedir eleitores de Lula de chegarem às seções eleitorais.
  • Decreto golpista e encontro com as Forças Armadas: A PGR afirma que Bolsonaro recebeu em 6 de dezembro de 2022 uma minuta de decreto sugerindo novas eleições. Após ajustes, teria iniciado reuniões com os comandantes militares, apresentando a primeira versão do documento no dia seguinte. O general Freire Gomes, um dos presentes, afirmou que não faria parte do plano de golpe.
  • Plano “Punhal Verde e Amarelo”: A denúncia aponta um suposto plano para “neutralizar” [matar] Lula, Alckmin e Moraes por meio de explosões e envenenamento no dia 15 de dezembro de 2022.

“O atentado ao Ministro do Supremo Tribunal Federal serviria para restringir de forma violenta o livre exercício dos poderes constitucionais”, afirma a denúncia.

  • 8 de janeiro: A PGR descreve os ataques às sedes dos Três Poderes como o “último ato da trama golpista”, destacando que a ação foi planejada para forçar uma intervenção militar e justificar um Estado de Exceção.

A denúncia contra Bolsonaro agora segue para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá os próximos passos do processo.

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