A Polícia Federal (PF) localizou áudios de um policial federal que afirmou estar pronto para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a transição de governo entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de 2022.
As mensagens de áudio foram obtidas a partir do celular de Wladmir Matos Soares, agente da PF preso no ano passado por ordem do próprio ministro Moraes. O conteúdo foi incluído em relatório enviado pela corporação ao Supremo nesta semana.
Plano previa ações armadas contra autoridades
De acordo com a PF, Wladmir atuava como “elemento auxiliar” do Punhal Verde-Amarelo, nome dado ao plano que previa um golpe de Estado, incluindo o assassinato de autoridades como o presidente Lula e o próprio Moraes.
Em um dos áudios, o agente diz:
“A gente estava preparado pra isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe.”
Ele também afirmou que Moraes deveria ter a “cabeça cortada” por ter barrado, no início do governo Bolsonaro, a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da PF.
“Esperávamos só o ok do presidente”, disse o policial
Nas conversas interceptadas, Wladmir relatou que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” pronta para atuar com armamento pesado, caso o presidente Jair Bolsonaro autorizasse.
“Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir”, afirmou.
Em outro trecho, ele demonstrou frustração com a recusa das Forças Armadas em apoiar o golpe:
“Os generais se venderam ao PT no último minuto que a gente ia tomar tudo. A gente ia empurrar meio mundo de gente, pô. Matar meio mundo de gente.”
Investigação e julgamento
Wladmir é investigado por vazar informações sobre a segurança de Lula durante a transição e por integrar o grupo que planejava ações golpistas entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 — período da diplomação de Lula, da posse e dos atos do dia 8 de janeiro.
A Primeira Turma do STF julgará na próxima terça-feira (20) se ele e outros 11 militares se tornarão réus por envolvimento na tentativa de golpe. Eles compõem o núcleo operacional da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusado de planejar ações táticas para executar o plano golpista.
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