“Quem quiser salvar sua vida, perdê-la-á, quem a perder continuamente, encontrará a liberdade. Só alcança o fundo de si mesmo, só conhece as profundezas da existência quem deixa tudo, aquele para quem tudo desapareceu e se viu a sós com a verdade.” (Santo Agostinho)
Aos gálatas, São Paulo recorda a experiência libertadora que resultou da sua adesão a Cristo, mas também de toda a pessoa que é atraída por Cristo Jesus. Pelo Batismo, se é “revestido de Cristo” e recebidos como “filhos, filhas de Deus”. Dizer “revestidos de Cristo” significa que entre os batizados e Cristo se estabeleceu uma relação que não é apenas exterior, mas que toca o âmago da existência: pelo Batismo, os cristãos assumiram a existência do próprio Cristo e tornaram-se, como Ele, pessoas que renunciaram à vida do egoísmo e do pecado, para viverem a vida nova da entrega a Deus e do amor aos irmãos. Em todos os crentes circula, agora, a vida do próprio Cristo: caminho verdade e vida! Uma vida que veste completamente, da cabeça aos pés.
Em Cristo se é livre: se recebe de Cristo uma vida nova e não mais egoísmo, pecado, morte. Todos revestidos da mesma vida e, por isso, sem diferença ou discriminação quanto à raça, cor, ao sexo. Todos, filhos e filhas, com igual direito quanto à herança, à participação na vida da Trindade. Todos são filhos do mesmo Pai e todos têm acesso, em Cristo, à mesma vida plena.
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.”
Todos são convidados a seguir Jesus: tomar como Ele a cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. “Tome a sua cruz todos os dias”, no dia a dia, na cotidianidade, em todas as circunstâncias, pois a vida cristã, a participação na vida de Jesus, é liberdade de entrega.
Seguir a Jesus, “tomar a cruz” do amor, da doação, da entrega, supõe uma existência na simplicidade, no serviço humilde, na generosidade, no esquecimento de si, para ser dom aos outros. O amor cristão não é uma simples filantropia, mas, consiste em olhar para o outro com os olhos de Jesus e em ver Jesus no rosto do pobre (Papa Francisco).
Se trata de uma verdadeira profecia, de ser profeta, profetisa! Anunciar um novo Reino, o da liberdade, do amor em nossos dias pede profecia! O profeta garante que o sofrimento por causa da verdade e da liberdade, não é em vão. Do testemunho profético, resultará sempre a transformação dos corações, a conversão e, portanto, o nascimento de um mundo novo, o da liberdade de filhos e filhas de Deus!

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